Mesmo a queimar o prazo, como de costume, este vosso amigo deixa aqui aqueles que considerou os discos e as canções mais relebantes do ano que se finda dentro de poucas horas. É mais ou menos consensual que foi um ano apenas razoável, em que houve melhores singles do que albuns. Alguns velhinhos consagrados fizeram discos que pessoalmente me decepcionaram: foi o caso de Beck, Breeders, Nada Surf, Stephen Malkmus e dos dEUS. Muitos rookies recentes não conseguiram segundos álbuns à altura das promissoras primeiras obras, como aconteceu com as CSS, com Albert Hammond Jr., com os Fujiya & Miyagi ou os Raconteurs. Surgiram no entretanto muitas e boas novas promessas/confirmações para os anos musicais vindouros, dos quais são exemplos os Taken by Cars, Black Kids, Vampire Weekend, Glasvegas, Mystery Jets, Ting Tings, MGMT, Tilly and the Wall ou Last Shadow Puppets.
Mas vamos lá a por os números aos bois e a fazer a lista dos 20 álbuns de 2006. Claro que se trata da minha lista, querendo eu dizer com isto que o critério pelo qual os discos estão ordenados é o facto de eu ter gostado deles mais ou menos - o que a torna extremamente discutível, rigorosamente tanto quanto qualquer outra lista dos milhões que andam por aí. E claro que há por aí muito disco a que ainda não dei a devida atenção, e que só em 2009 terão o seu espaço nos 120G do belo iPod classic que o bom Pai Natal me ofereceu. Aí vêm eles então:
20. Portishead - Third 19. MGMT - Oracular Spectacular 18. TV on the Radio - Dear Science 17. Bloc Party - Intimacy 16. Gutter Twins - Saturnalia 15. Mystery Jets - Twenty One 14. Foals - Antidotes 13. Kings of Leon - Only by the night 12. Ladytron - Velocifero 11. Sons and Daughters - This Gift
10. Last Shadow Puppets - The age of the understatement 09. Nick Cave and the Bad Seeds - Dig, Lazarus, dig!!! 08. Primal Scream - Beautiful future 07. Glasvegas - Glasvegas 06. Black Kids - Partie Traumatic 05. Vampire Weekend - Vampire Weekend 04. Taken by Cars - Endings of a new kind 03. The Duke Spirit - Neptune 02. Spiritualized - Songs in A&E
e o meu disco do ano foi
Sendo um tipo com gostos mais ou menos conservadores, que gosta sobretudo de rock feito de boas canções, guitarras e de um cheirinho grandiloquente, a minha escolha é mais ou menos previsível. Ao terceiro álbum, os BSP deixaram de se considerar reféns das suas bandas de referência do post-punk (sobretudo dos Sound e dos Psychedelic Furs, que de resto são boas referências em qualquer casa de família) e conseguiram atingir a quase perfeição pop-rock num disco que não tem pontos baixos. E que começa e acaba com um coda, como eu tanto gosto. Epá, chamem-me piroso se quiserem, o que é que eu hei-de fazer?...
Para terminar o balanço, deixo aqui 30 canções (sem qualquer ordem) que neste ano me ajudaram a viver um bocadinho melhor o tempo de crise que se sente. A minha canção do ano é aquela cujo clip podem ver lá em baixo.
Um grande, grande 2009 para todos. Que seja um beautiful future, gritado primitivamente a plenos pulmões.
Black Kids - I'm not gonna teach your boyfriend how to dance with you
A administração do estabelecimento deseja a todos os colegas, amigos, companheiros, camaradas, simples conhecidos e a quem quer que passe por aqui, mesmo que seja sem querer, um Natal como manda a sapatilha. Aproveitem, que não sabemos se para o ano vai haver bacalhau.
2008 começou em grande estilo, com concertaços atrás de concertaços, e assim se manteve até ao verão. Depois o ritmo abrandou, mas ainda a tempo de se verem 2 ou 3 coisas bem apetitosas. Confiram os 15 concertos que mais fizeram saltar o vosso bom Joe, mesmo nos poucos casos em que se viu obrigado a estar sentado. E fiquem a saber que o concerto mais decepcionante do ano foi o dos Tindersticks no Festival Sw.
14 - Femme Fatale (Abril, Plano B) 13 - Mão Morta (Novembro, Auditório S. Bento de Menni - Barcelos) 12 - The National (Julho, Guimarães) 11 - The Kills (Abril, Casa da Música) 10 - Franz Ferdinand (Agosto, Festival Sw) 9 - Nick Cave & the Bad Seeds (Abril, Coliseu) 8 - Emir Kusturica & No Smoking Band (Janeiro, Coliseu) 7 - Lightspeed Champion + Vampire Weekend (Maio, Casa da Música) 6 - John Cale (Maio, Casa das Artes de Famalicão) 5 - Portishead (Março, Coliseu) 4 - Go! Team (Janeiro, Casa da Música) 3 - Lemonheads (Outubro, Santiago Alquimista - Lx) 2 - Nada Surf (Fevereiro, Vigo)
E o concerto do ano C70, sem margem para hesitações, foi...
Primal Scream (1 de Agosto, Festival PdC)
Esta rapaziada tansformou o palco principal de Coura numa verdadeira celebração do que devia ser sempre o Rock'n Roll. Garra, entrega total, groove, uma setlist irrepreensível com os hits incontornáveis entremeados com outros grandes temas (ainda me arrepio quando penso no momento em que foi tocada a sobre-extraorinária I'm losing more than I'll ever have) e com as inevitáveis canções do excelente álbum que estava a ser promovido. Os Editors tocaram antes e não tinham estado nada mal, mas confesso que a memória desse concerto foi quase apagada pelo furacão Gillespie que veio a seguir, e que me fez saltar sem parar durante quase duas horas. Um daqueles concertos de que nunca me vou esquecer, até porque foi a primeira vez que vi uma das minhas bandas preferidas. Demais!
E pronto. A C70 começa aqui a cumprir aquela que é a obrigação de qualquer blogue que se preze: fazer o balanço do ano que está a acabar, dizer do que gostou mais, do que gostou menos e do que não gostou mesmo nada. E considerando que aqui se fala quase exclusivamente de música, nada como começar por falar de cinema.
Uma nota apenas: a lista tem em conta os filmes que foram vistos em salas de cinema em 2008, incluindo naturalmente alguns produzidos em 2007 e mesmo um de 2006.
Ora aí estão os 15 filmes mais apreciados chez Joe nestes últimos 11 meses e 2/3.
15 - Bolt (Byron Howard, Chris Williams) 14 - No vale de Elah (Paul Haggis) 13 - O orfanato (Juan Antonio Bayona) 12 - Este país não é para velhos (Joel Coen) 11 - Juno (Jason Reitman) 10 - Wall-E (Andrew Stanton) 9 - O comboio das 3.10 para Yuma (James Mangold) 8 - Haverá sangue (Paul Thomas Anderson) 7 - Gomorra (Matteo Garrone) 6 - 12:08 a este de Bucareste (Corneliu Porumboiu) 5 - Aquele querido mês de Agosto (Miguel Gomes) 4 - Em Brugges (Martin McDonagh) 3 - Mist - nevoeiro misterioso (Frank Darabont) 2 - Antes que o diabo saiba que morreste (Sidney Lumet)
and the C70 oscar goes to...
Do outro lado (Fatih Akin)
O filme de que mais gostei este ano fala dos encontros e desencontros da vida. Desencontros entre pais e filhos, entre culturas e linguagens, entre a pureza dos ideais e a dura realidade, entre o ímpeto e a serenidade, entre o empenho que colocamos na concretização dos nossos planos e o acaso que os impede. Um filme belíssimo, daqueles que não se esquecem e que ganham mais qualquer coisa de cada vez que nos lembramos dele.
Prémio especial "banhada do ano": Uma segunda juventude (Francis Ford Coppola); ainda hoje me pergunto como é que aquilo foi possível?
Nesta altura do ano as conversas acabam por ir parar quase sempre ao mesmo sítio: "está um frio que não se pode ter nada de fora"; "o subsídio de natal já se foi"; o clássico "como de costume o benfica já está a levar no canastro"; ou o clássico dos clássicos "então quais são os discos do ano?"
A lista C70 dos melhores de 2008 está em maturação, e tenho-me aprecebido de alguns bons discos a que não dei a devida atenção, e cuja audição cuidada terá que ficar para outras calendas. As listas das revistas e blogues mais considerados pela administração deste tasco já andam por aí, e tenho visto nos lugares cimeiros discos que não me tocaram particularmente: o novo dos Portishead, Fleet Foxes, MGMT, Cut Copy, The Bug, Bon Iver... gostei mais de uns do que de outros, mas nenhum destes estará no meu top.
Quem vai estar no meu top5 são estes meninos, que editaram em 2008 um disco do caraças e que tem passado ao lado das listas. Direi mesmo que é dos melhores discos de rock lançados por uma banda britânica nos últimos anos: Neptune, dos Duke Spirit. Estranhamente nunca tinha falado deles aqui, apesar de os seguir já há bastante tempo e de me deliciar com este disco desde que saiu.
A melhor descrição que consigo arranjar para a música dos Duke Spirit é a de uma espécie de Gun Club menos viscerais liderados por uma Bjork loira, que contrariamente a esse badejo islandês não tem a mania que sabe fazer habilidades com a voz. E toca pandeireta, coisa que como se sabe deixa imediatamente qualquer gajo desorientado.
Mas adiante: os Duke Spirit andam mais ou menos na mesma onda dos Sons and Daughters ou dos Kills, bandas que também lançaram este ano discos muitíssimos recomendáveis. Infelizmente ainda não estiveram cá por Portugal a dar um ar da sua graça, mas vamos ter esperança que isso não demore - Kraak, fico à espera que cumpras a promessa.
Hoje é daqueles dias em que nem o cinzento do céu encobre o azul que nos vai na alma. Daqueles dias em que acordamos bem dispostos e nos apetece cumprimentar as pessoas na rua, em que até as capas da Bola e do Record nos fazem sorrir. Um dia em que na nossa cabeça ouvimos violinos e pandeiretas e bonitas melodias pop. Como esta.
Vi estes moços no fim de semana passado no Razzmatazz, em Barcelona. Catitas, apesar de a audiência estar mais interessada em socializar e beber o seu copo do que no concerto.
...que amanhã vou estar a alternar discos na belíssima companhia do Capitão Edu. vai ser no Altar, na R. de Cedofeita, e a noite vai ser só, mas mesmo só, dedicada a covers - ou 'versões', no caso de falarem línguas exóticas. Coisa fina, portanto.
Os Mystery Jets são sérios candidatos ao caneco "single pop do ano", com esta ode à miúda que mora duas portas abaixo. Desde há uns dias que ouço isto repetidamente sem me cansar, é verdadeiramente viciante.
Se não fosse demasiado preguiçoso teria colocado só a canção, e não o péssimo clip que a acompanha, absurdamente mal feito em todos os aspectos possíveis e a remeter de forma cabotina para um imaginário "80's-kitsch" que não faz o mínimo sentido. Se puderem ouvir sem ver ficam a ganhar.
Em 1981 uma das mais importantes (seguramente a mais divertida) banda inglesa do espectro post-punk/ ska/ new-wave foi alvo de uma secessão. Os três vocalistas dos Specials abandonaram a banda e formaram os menos conseguidos Fun Boy Three, que ainda assim tiveram alguns singles inspirados e com algum sucesso. E, diga-se, gravaram algumas coisas com as Bananarama. Isso por si só já justificava o acto de formar uma banda e inclusivamente ter penteados como o que Terry Hall ostenta neste clip. É o primeiro single da banda, editado nos finais de 1981, e chama-se The Lunatics (have taken over the asylum).
Ocorreu-me esta música a propósito do concerto dos Mão Morta no auditório de um hospital psiquiátrico. Não lembra ao careca organizar uma coisa destas numa sala só com lugares sentados em cadeirinhas de veludo. Não dá, caraças, é contra-natura. Mas num palco encabeçado por uma faixa em que se lia "75 anos ao serviço da saúde mental" tudo pode acontecer.
Para que conste, o concerto foi mesmo muito bom. Como pontos altos, destacaria as versões avassaladoras do Penso que penso, Arrastando o seu cadáver e Lisboa, e a presença quase constante de 3 guitarras em palco. Que grande som! Só é pena não darem uma refrescadela ao reportório, com alguns clássicos que já há muito não se ouvem. Por onde andam Anjos marotos, Desmaia irmã desmaia, Facas em sangue ou Velocidade escaldante? E já agora, se a ideia é manter o dito reportório, que não se prive o povo de alguns dos mais clássicos entre todos os clássicos, como Anarquista Duval, Oub'lá, e Charles Manson. Algumas destas podiam ter ficado para o encore... mas para isso era preciso que tivesse havido encore.
Depois de ano e meia de ausência enquanto banda de rock que toca canções de rock (apesar de entrementes terem feito este espectáculo), a melhor banda lusa de todos os tempos regressa hoje aos palcos, e regressa em grande estilo. É em Barcelos, no Auditório S. Bento Menni, que fica no terreno da célebre casa de Saúde de S. João de Deus, mais conhecida como 'Casa Amarela'. Sim, a tal que deu o nome ao primeiro filme da trilogia de João César Monteiro no papel (lá está...) de João de Deus. A coisa até faz lembrar o mítico concerto dos Cramps no Napa State Mental Hospital, e cenas como esta, mas não creio que vá ser tão radical.
Já estou com saudades de um concerto à séria dos Mão Morta, que já não vejo desde uma noite no Mercedes por alturas da digressão do 'Nus'. Em época de agonia financeira e de crise (mais uma) do capitalismo, tenho a certeza que não vão deixar de tocar esta grande malha róquenroleira.
No próximo sábado vamos ter animação na Imbicta. Ou mais concretamente no Plano B, onde actuam os Infadels, acabadinhos de lançar o 2º álbum. O primeiro disco desta rapaziada foi um dos melhores de 2006 para a conceituada lista de fim de ano da C70. E ainda que não haja neste disco uma canção tão boa como a sobre-excelente Girl that speaks no words, a verdade é que o dito disco não está mesmo nada mau.
E há mais: na primeira parte vão estar os lisboetas You should go ahead, que eu não conhecia mas que pela amostra do MySpace parecem bem catitas. E ainda podemos disfrutar do bom gosto musical deste cavalheiro, que depois dos concertos vai estar a dar música a quem o quiser ouvir.
São quatro meninas e um caramelo (o da bateria) que parece saído de um clip antigo da Madonna e chamam-se TeenagersinTokyo. Ainda não editaram o 1º álbum, mas acho que nos próximos tempos vamos ouvir falar deles.
Depois dos Cut Copy, esta é a segunda banda australiana que me agrada bastante em 2008. O outro lado do mundo tem fabricado produtos com relativo sucesso na franja do pop/rock-musculado-a-armar-ao-indie, como os Datsuns, Vines, D4, Jet ou Wolfmother. Uns melhores outros piores, nada que tenha deixado grandes marcas. Espero que estes sejam bons sinais e que a coisa mude - os Taken by Cars, mui apreciados neste tasco (fachavôr conferir aqui), também vêm de perto. Não me cheira que a grande geração do início dos 80's (de onde saíram o mestre Nick Cave, os Go-betweens ou os Triffids, e de que os Apartments foram talvez os únicos dignos representantes nos últimos anos) tenha ainda sucessores à altura, mas há 10 anos também ninguém diria que o Canadá se iria tornar na nova Meca do indie.
Fiquem com este ultra-energético Very Vampyr como aperitivo para o fim de semana. E divirtam-se.
Um dos discos mais boa onda deste ano da graça de 2008 vem de Jacksonville, Florida. Chama-se Partie Traumatic, foi produzido pelo ex-Suede Bernard Butler e é obra dos Black Kids. Mais uma banda que começou com umas musiquinhas no MySpace e de um dia para o outro deu o salto da liga dos últimos para a Liga dos Campeões. É impossível a qualquer animal de sangue quente não bater o pé e/ou abanar a anca quando ouve coisas como este I'm not gonna teach your boyfriend how to dance with you ou o Look at me (when I rock wichoo) que podem ver mais aqui em baixo. É viciante.
Informa-se que por nenhuma razão particular mas por tempo indeterminado (enquanto a actual conjuntura de crise assim o obrigar), este tasco passa a glorificar os desportos automóveis com menosprezo daquele jogo idiota em que 20 gajos correm atrás de uma bola e dois ficam parados a olhar.
Will Heaven wait, all heavenly, over the next horizon? Isso é o que eu e os meus gostávamos de saber. Mas que a coisa parece negra, lá isso parece. Quarta-feira falamos...
As moças têm pica e têm piada, o concerto foi bem catita, mas camandro... podiam ter tocado mais um bocadinho! Uma horinha, encore incluído? Nem o Iggy Pop em 91 foi tão forreta, e o Iggy é o Iggy. Ainda por cima sem Superafim. Para mais, o atraso da &%$#* do serviço do Icaraí (a churrasqueira em frente ao SdB) impediu-me de ver os X-Wife, que estavam sentados na mesa atrás de mim e tiveram que ir embora sem comer quando eu ainda esperava pelo bendito entrecosto. Raios me partam se para a próxima não vou ao McDonalds.
Foi bom mas soube a pouco, o entrecosto e o concerto. Para quem diz que music is my hot hot sex, dir-se-ia que as meninas andam com o síndrome da "falta de peso".
Um concerto pode ser mais do que uma oportunidade para ouvir música(s) em boas condições acústicas e disfrutar dos dotes técnicos dos executantes. Aliás, um concerto pode-nos deixar felizes independentemente destes factores, e valer sobretudo pela satisfação de termos à nossa frente alguém de quem gostamos e de sentirmos que quem está à nossa frente também se está a divertir. Foi mais ou menos assim o concerto dos Lemonheads na passada sexta-feira. O nosso amigo Dando entrou em palco já bastante bem aviado, e assim se manteve durante a cerca de hora e meia de duração do concerto. Falhou-lhe a voz e/ou a memória por um bom par de vezes, deu algumas notas ao lado, mas ninguém pareceu importar-se sobremaneira. Desde o momento em que chamou o público para a frente do palco (ou seja, para menos de um metro de distância do sítio onde ele estava) que se percebeu que estava muito boa onda no ar. E a boa onda manteve-se durante as vinte e tal pérolas pop/rock que foram desfiando, número ainda assim muito insuficiente para cobrir todas as preciosidades que os cabeças de limão nos têm dado desde há uns 20 anos - basta dizer que ficaram de fora clássicos como It's about time, Allison's starting to happen, One more time ou I'll do it anyway. Um mimo. Tenho algumas (pouquinhas) fotos, que aqui postarei quando encontrar o cabo de ligação do telelé ao PC...
Amanhã é mais um dia musicalmente prometedor. Concerto das CSS no Sá da Bandeira, com os X-Wife a fazerem a primeira parte na embalagem do novo e excelente Are you ready for the blackout?, sério candidato a disco tuga do ano.
Ficam dois aperitivos. O segundo é a actual música preferida do jovem Filipe, e também por isso tem tido alta rodagem lá por casa.
Podia estar a falar do 3.7centos, esse mítico local de diversão nocturna em S. João da Madeira onde amanhã à noite este vosso amigo y sus muchachos estarão a dar música a quem gosta de música. Ou do estádio mais bonito do mundo, onde amanhã as duas melhores equipas portuguesas discutem a liderança da Superliga. Mas esses serão sítio para ir amanhã. Agora estou a falar do Santiago Alquimista, logo pelas 22h. Hoje é esse o sítio onde ir.
Ontem ao jantar, uma boa amiga dizia (a propos da minha alegria por finalmente ir ver os Lemonheads) que eu sou "muito fácil de contentar". Talvez seja verdade, embora uma verdade que não deva ser exagerada. O facto é que estava a comer sushi acompanhado por três belas princesas. Pode um homem querer mais?
Pode.
Além da Liga dos Campeões, pode esperar que no concerto de sexta feira o nosso amigo Evan nos brinde com esta pequena pérola country, erradamente tida como um hino a estilos de vida outrora tidos como alternativos. Aliás, que nos brinde com esta e com pelo menos mais 35.
Nesta versão feita para passar na TV, a frase original é substituída à passagem dos 00.43' pela supostamente mais radiofónica "I don't need you to duck my sick". É extraordinária a facilidade com que a censura cai no ridículo e faz com que reparemos em coisas que até passariam despercebidas.
A C70 regressa ao cumbíbio com os seus amigos depois de 3 meses de molho.
Hip hip hip, hurrah!
Deu-me uma vontade súbita de contar ao vasto auditório que na sexta-feira vou a Lx ver os Lemonheads, uma das minhas bandas de culto. Nunca se sabe bem em que prateleira das casas de discos podem estar estes moços, porque fazem rock mas que é completamente pop, e porque não são uma banda "alternativa" mas também estão longe de fazer pop mainstream. São uma das bandas mais cool dos anos 90, liderados por um dos cantores mais carismáticos dos últimos anos e que têm pelo menos três grandes discos e duas dúzias de excelentes canções.
Já agora, neste clip aparece uma mocinha que alguns anos depois se viria a tornar uma das mulheres mais desejadas do mundo. E eu aposto que vocês não a reconhecem sem fazer batota.
Quem costumava passar por cá já reparou que desde há umas semanas que a C70 está praticamente parada. E o facto é que não tenho tido vontade nem paciência para me dedicar a este cantinho. E um blogue parado é como um vaso murcho. Não é nem deixa de ser. Quer dizer, está lá mas é como se não estivesse.
Vai daí, a C70 vai parar oficialmente, pelo menos durante uns tempos. Pode ser que depois do verão me regresse a vontade de falar sobre as coisas que aqui falava. Ou então não.
A todos os blogues amigos, a todos os amigos com blogues e a todos os amigos que fiz graças a este blogue, vamo-nos vendo por aí. Alguns se calhar já amanhã, outros se calhar no dia 1, outros talvez na Zambujeira... fiquem muito bem e não façam nada que eu não fizesse.
Aqui há tempos foi constituída uma associação entre os cineclubes de algumas faculdades do Porto, da qual três membros eram os mentores do Bunker, esse saudoso blogue amigo da C70 desde a 1ª hora. Um dos principais objectivos dessa associação (a ‘Circuito’) é fazer com que a Cinemateca deixe de ser só de Lisboa e passe a ser de todo o país, dignando-se partilhar o seu acervo com a província. Acho que ninguém com um mínimo de bom seno pode deixar de achar isto uma pretensão absolutamente justa. Eu também quero ver cinema clássico no escuro da matinée. Para isso, a Circuito está a fazer circular um abaixo-assinado. E publicou uma petição aberta à assinatura de todos, no sítio do costume. O link vai aqui em baixo.Fáxavôr assinar e divulgar.
ABAIXO-ASSINADO A FAVOR DA ABERTURA DE PÓLO DA CINEMATECA NA CIDADE DO PORTO
"A cidade do Porto sofre de vários e complexos problemas na área da cultura, como é do conhecimento geral. No entanto, esta situação não é generalizável a todo o país. Efectivamente, Lisboa continua a usufruir de forma centralizada dos serviços de certas instituições culturais que deveriam fazer jus ao seu âmbito nacional, como, por exemplo, a Cinemateca Portuguesa, um organismo público suportado pelos contribuintes a nível nacional. No Porto, é de grande interesse público a criação de uma extensão da Cinemateca, o que permitiria acabar com a carência de exibição cinematográfica sentida na cidade, ao nível da produção anterior à década de 90...." Assinem em:
Continuo a achar exagerado o hype em volta dos rapazes de Brooklyn. Mas confesso que de cada vez que ouço o disco lhes acho mais piada. Vamos ver o que eles valem ao vivo. Logo à noite, por volta da 1.15, na sala 2 da CdM, depois do Lightspeed Champion (um dos discos mais frescos deste ano) e dos jurássicos Young Marble Giants.
Que a noite promete, lá isso promete. Vamos a ver se cumpre.
No próximo sábado, a vertente toca-discos da C70 vai conhecer uma nova era de expansão. Na companhia de Andy Rock e Pierre Tixier, dois dos mais reputados DJ's da cena internacional, este vosso amigo vai meter som noutras fronteiras, no estrangeiro, além-mar.
Mais precisamente em S. João da Madeira, num bar chamado 3.7centos, propriedade de um amigo incauto onde, ao que consta, se comem umas belas francesinhas.
Há 21 anos a cidade do Porto ouviu a mais extraordinária das valsas. 13 solistas, um dos quais tocava com o calcanhar. Ainda me arrepio de cada vez que me lembro.
Para compôr ainda mais o cartaz de dia 1/8 em PdC, parece que os Editors e os Two gallants também vão por lá passar. Começa-me a parecer fruta a mais, e só espero que isto não seja para prevenir uma eventual falta de comparência da banda que verdadeiramente me vai levar lá.
Avizinha-se um fim de semana preenchido de pequenos e grandes eventos. Começa esta noite em Famalicão, com um concerto daquele que foi o baixista, pianista, violinista e master weirdo da mais importante banda rock de todos os tempos, o génio musical por trás do tal álbum da banana. É verdade que a carreira a solo não prima pela regularidade, mas da última vez que o vi (em Serralves, lá pelos idos de 2000) estava numa forma irrepreensível. John Cale, galês, 66 anos. Just a visitor you see, so much wanting to be seen...
Amanhã, como já foi atempadamente anunciado, a C70 dá um saltinho a Miragaia para por som no Radio. Seria como de costume não fosse ser diferente, porque a noite vai estar centrada nos Joy Division e tudo aquilo que se lhes possa associar num critério muito amplo, dos Girls Against Boys aos primeiros discos dos Human League, passando pelos Love and Rockets ou inclusivamente pela própria Grace Jones.
No domingo vamos até Oeiras numa alegre romaria em Hi-ace, esperando assistir no respectivo estádio municipal à conquista de mais uma fruteira para exibir na hiper-congestionada sala de troféus do Tricampeão. Vamos jogar com um clube diferente e cheio de pedigree, e portanto espera-se um ambiente civilizado e a transbordar de fair-play. Como há uns anos, em que a coisa foi assim:
Espero que na sexta feira o cavalheiro John Cale brinde o povo com esta versão de um dos maiores clássicos do rock'n roll. Tenho a certeza que, lá na ilha do Pacífico onde mora há uns 30 anos, o Elvis aplaude. E eu também aplaudo, ainda que não seja o Elvis.
Mas reparem que isto de não ser o Elvis tem pelo menos três vantagens: pesar menos de 300 quilos, nunca ter sido sogro do Michael Jackson e (last but not least) estar vivo.
Diz-me o meu calendário de cozinha que hoje é Pentecostes, data do calendário eclesiástico que por ter um nome tão improvável sempre ocupou um lugar especial no meu coração. E que me fez recordar uma canção do período místico do nosso bom Nick, na qual o regresso de JC serve de metáfora à ausência da amante/ amiga/ companheira/ palhaça (riscar o que não interessa), que segundo consta era por essa altura a nossa amiga Polly Jean. Tudo em família, portanto.
Boa semana para todos, inclusivamente para quem não tenha Liga dos Campeões no próximo ano.
Nick Cave and the Bad Seeds, Brompton Oratory (The boatman's call, 2007)
No próximo dia 17 a C70 vai ao Radio recordar uma das maiores bandas da história do rock. Para além de uma verdadeira barrigada de Joy Division e New Order, quem por lá passar vai ouvir muitos dos seus camaradas contemporâneos (Echo, Sound, Bauhaus, Comsat Angels, Chameleons, Gang of Four, Buzzcocks, Siouxsie, Cure et al), bandas mais recentes que foram beber ao som JD (Interpol, Editors, Bloc Party, Colder, Nine Inch Nails, She Wants Revenge, Legends, Elefant, British Sea Power, Hope of the States et al) e gente a quem os próprios JD foram beber muita coisa (Bowie, T-Rex, Iggy, Kraftwerk, VU, Roxy Music et al).
O fim de semana prolongado foi cheio de eventos e cenas, e tal, e a C70 iniciou-o fazendo a rodagem do novo bólide na so-called Ecopista do Rio Minho, entre Monção e Valença. Tudo não passou, dirão os mal intencionados, de um pretexto mal amanhado para dar um saltinho a Espanha e comprar duas sacas de caramelos, daqueles mesmo bons. A verdade é que os 30 Kms foram superados com a galhardia de um Agostinho, direi mesmo de um Venceslau.
Infelizmente não me cruzei com o grupo excursionista que podem ver aqui em baixo, mas nem tudo pode ser perfeito.
A C70, paladina dos direitos dos assalariados, da luta contra o grande capital e (acima de tudo) da unidade sindical, celebra o dia de hoje entoando o hino composto pela bela camarada Polly Jean em homenagem a todos os trabalhadores por conta de outrém.
O tema de reflexão para hoje é: o que teria sido da pop dos 80's (a pop mesmo pop, como aquelas gajas mesmo boas que há em Ermesinde) sem os Duran Duran? Resposta a esta e outras perguntas no próximo dia 10 de Julho, algures na capital.
Com ou sem lua nova, com mais sol ou menos chuva, mais trabalho ou menos descanso, votos de uma boa 2ª feira e de uma boa semana. Lembrem-se: esta pode ser a melhor semana das vossas vidas. Ou não.
Ando desde manhã a trautear este hino pré-indie (soa-me mais pré-indie do que pós-punk, se é que me faço entender) que me faz lembrar as tardes a ouvir rádio, em especial o Som da Frente.
Os Sound nunca chegaram a ser uma das minhas bandas preferidas, mas têm alguns temas verdadeiramente poderosos, dos quais este é capaz de ser o melhor.
E claro, sem eles não teríamos os British Sea Power...
Ontem à noite fui ao estádio mais bonito do mundo assistir a um espectáculo bastante agradável, que teve o seu quê de desportivo, o seu quê de circense, o seu quê de cómico. Já depois do apito final, o povo ainda ouviu e acompanhou o Chamem a polícia (dos inenarráveis Trabalhadores do Comercio), com que o DJ de serviço teve a grande ideia de sublinhar as legítimas preocupações dos GPT (Grandes Paladinos da Transparência).
Aqui fica mais um apelo a que as autoridades competentes intervenham e ponham cobro a esta pouca vergonha, ou que alguém (magistradas, escritoras, realizadores de cinema, magnatas sul-africanos, sei lá bem...) faça alguma coisa!! Três derrotas da Instituição numa semana deixam 60% do país à beira de uma crise de choro, e ninguém quer tal coisa.
Votos de uma boa monday, tuesday, wednesday, thursday, friday, saturday, sunday.
Não se fala muito das Filipinas, e quando se fala não costuma ser por grandes razões. Habitualmente tem a ver com (i) catástrofes natutrais, (ii) ditadores casados com proprietárias de milhares de pares de sapatos ou (iii) profissionais liberais (ou não) de um certo e determinado sector.
Até há pouco tempo a única associação das Filipinas ao rock era o guitarrista de uma das melhores bandas de todos os tempos, homónimo deste vosso amigo, a quem Black Francis gritava "rock me, Joe!" a meio do clássicoMonkey gone to Heaven. Ora bem, há tempos, e graças ao astronauta, travei conhecimento com uma banda chamada Taken by cars que, pondo as coisas de uma foma simples e concisa, É DO CARAÇAS. Ou gastando mais palavras, é do melhor que tenho ouvido ultimamente. Fazem lembrar uns Franz Ferdinand mais musculados ou uns stellastarr* mais dançáveis, com umas guitarras à Pixies, uma batida à New Order dos primeiros tempos, e uma vocalista que volta e meia (ok, é estranho...) me faz lembrar a Edie Brickel (lembram-se?).
Oiçam o single Uh Oh, e digam lá se não é bestial. E o melhor é que o álbum mantém a qualidade e o groove praticamente do princípio ao fim. Parece-me que vai ser um dos discos a rodar mais lá por casa em 2008.
Um bom fim de semana, e votos de muitos milhões de kompensans no domingo à noite por todo o Portugal continental, ilhas e territótrios ultramarinos.
Como diz uma amiga minha, parece que os National perderam o caminho de casa. Mas pelo menos desta vez encontraram finalmente o do norte do país. Já com 2 concertos agendados para Lx e arredores (a 11 de Maio na Aula Magna e a 10 de Julho no Oeiras Alive), os Boxer Boys resolveram prolongar a segunda visita por uns dias, beber uns copos, dar umas voltas e já agora dar um concerto a 18 de Julho numa terra onde para o ano haja jogos da Liga dos Campeões.
É bem, senão qualquer dia apareciam por cá e eram, por assim dizer, tomados por estranhos.
Há algum trempo que perdi definitivamente a pachorra para aquela seita demagógica de manifestantes apreciadores de sexo liberal, drogas váriadas, rastas, barretes de lã e adereços afins que se junta de cada vez que há uma reunião/cimeira da OMC, FMI, Banco Mundial ou UE. É certo que algumas destas instituições são um alvo privilegiado de críticas, mas há aqui duas coisas que me irritam: por um lado o problema não são as instituições, mas quem as compõe; por outro, tenho a convicção firme que a esmagadora maioria dos manifestantes não sabe muito bem porque lá está. Ou melhor, saber até sabe: sexo liberal e drogas variadas. E reparem - pessoalmente não tenho nada contra quem aprecie uma coisa ou outra, apesar de dispensar a segunda. O que me irrita é que a dívida do 3º mundo, os transgénicos, a guerra no Iraque e mais o raio que os parta sirva de pretexto para os (mais do que legítimos) charros e pinocadas.
Tudo isto a propósito de quê? De eu estar, como de costume, à volta de uns textos sobre a OMC e me ter lembrado de uma espécie de super-band que há uns anos o Krist Novoselic (ex-Nirvana), o Jello Biafra (ex-Dead Kennedys) e mais uns quantos músicos pro-activos se lembraram de fazer e que, sintomaticamente, se chamava The No-WTO Combo. Tanto quanto sei só lançaram um EP ao vivo, não menos sintomaticamente intitulado Live from the Battle in Seattle. A avaliar pelos títulos os temas incluídos devem ser catitas: Full metal jackoff, New feudalism e (LOL) Let's kill the landlord. A que está aqui em baixo chama-se Electronic Plantation. É só rir.
Sem inspiração nem tempo para pensar para grandes tretas mas com vontade de desejar uma boa semana ao vasto auditório C70, aqui fica uma cançãozita que hoje, pela fresca da manhã, me fez companhia no ginásio. A banda da moça (que não sendo propriamente muito bonita, fica muito bem em capas de cds) casada com o moço que vai estar cá no Porto no próximo dia 3, e que eu não vou ver. Azarinho...
Ontem à noite os Femme Fatale deram um concertaço no Plano B. Mais logo é a vez do casal VV e Hotel (esse grande palhaço que pelos vistos anda enrolado com a Kate Moss) nos mostrarem como é que o novo midnight boom resulta ao vivo. o meu prognóstico é que os Kills vão partir tudo. cheap and cheerfully.
Em semana de festa rija a C70 recorda os tempos em que bandas alemãs com vocalistas com cara de periquito enchiam as pistas de dança, o que devia ser porreiro para quem ia a discotecas no Verão de 85. Entre o 9º e o 10º ano.
Desde ontem que ando a ouvir no carro uma colectânea das Shangri-Las. Sempre gostei de girl-groups, e estas meninas eram muito boas (muito boas artistas, quero eu dizer). Conseguiam imprimir às canções para teenagers um cunho dramático fora do comum, pelo tom com que cantavam, pelos diálogos e interjeições que metiam no meio das canções e pelas temáticas recorentes de amores desfeitos, adolescentes em fuga e motards rebeldes marcados pelo destino. Confirmem com aquela que é talvez a sua melhor e mais conhecida canção:
E agora ouçam mais esta, e digam lá: que duas grandes bandas nova-iorquinas (uma dos 70's, outra mais recente) vieram roubar umas deixas ao princípio e fim desta canção? Um pacote de farinha Branca de Neve, especial para bolos, a quem responder.
Depois dos Rakes, o bando das loiraças compridas e muito agradáveis à vista e ao ouvido tembém se junta à seita do Sr. Gillespie na primeira noite de Agosto, lá para o alto minho. Vai ser sempre a rockenrollar, como dizia o outro.
E por falar nesse (no "outro"), parece que no "quem quer ser milionário" de ontem perguntaram como se chama o vocalista da banda Mão Morta, sendo as hipóteses
a) adolfo luxuria canibal
b) alberto lamuria animal
c) antónio lémur castiçal
d) adérito murmúrio visceral
O concorrente não sabia, o que não é nada de mais. Há tempos assisti a um debate no Ateneu Comercial do Porto (sobre o futuro da indústria musical, a internet, os downloads ilegais e patati patata) em que o ilustre presidente da mesa se dirigiu ao Adolfo, sucessivamente e sem estar a brincar, como "Dr. Alfredo" e (muito melhor!!) "Dr. Luxúria". Era caso para lhe perguntar: oub'lá, qu'andas a fazer?
Em dia propício ao hasteamento de bandeiras, e antecipando o grande surto de bandeiras ao vento que é esperado no próximo sábado a partir das 20.45h no mais belo estádio do mundo, a C-70 deixa aqui uma amostra daquele que é, para já, o seu disco preferido da colheita de 2008. Mais ou menos como se os Arcade Fire soassem um bocadinho a Sound ou a Psychedelic Furs.
Ainda a recuperar do abananante concerto de ontem, e fiquei a saber que no próximo dia 11 de Abril vamos contar com a visita de nuestros hermanos Femme Fatale. E quem raio são esses, perguntais vós? Uma banda do caraças, respondo eu, de que já vos falei vagamente aqui, e cujo disco de estreia foi um dos discos do ano de 2006 para a C70. Infelizmente por cá não ligamos puto ao que se faz aqui ao lado, e às vezes perdemos coisas bem catitas. Anyway, quem for ao Plano B para os ver vai ouvir qualquer coisa como isto
Uma das bandas mais endeusadas dos anos 90 dá o primeiro concerto da primeira digressão em 10 anos. Logo à noite, no Coliseu da Imbicta. A C70 vai estar lá.
O compasso chega mais cedo a Miragaia nesta Páscoa de 2008.
Neste sábado a C-70, num inédito mas promissor consórcio com os internacionalmente consagrados Lust of Rasputin, propõe aos seus fiéis o equivalente musical do pão de ló e do cabrito assado. Um pequeno passeio ao que de melhor nos deixou a década do Naranjito, do Homem da Atlântida ou das duas botas de ouro do Fernando Gomes. É a festa I Love the 80's, a tal que anima os fins do mês no Radio Bar.
Com sorte, e em atenção à quadra, ainda ouvimos isto
Sendo certo (ou pelo menos nunca formalmente desmentido) que a religião é o ópio do povo, ir à missa deve ser equiparado a consumir drogas. Ora, de acordo com a nova lista de pecados capitais, pensem lá para onde vão todos os crentes quando se passarem para o além?
Cheira-me vão fazer companhia ao papa papa papa papa papa papa-san.
Celebrando com hip-hip-hurras, palminhas e confettis o novo álbum da seita de Nottingham, recordemos um dos melhores singles de um dos melhores álbuns de uma das melhores bandas da década de 90, com um teledisco realizado por esse homem do renascimento chamado Jarvis Cocker.
Num dia como hoje, cinzento e chocho, calha bem esta belíssima canção dos Walkabouts.
Comecei por ouvir falar da Carla Torgenson à conta do dueto que faz com Stuart Staples em Travelling Light, single do 2º disco dos Tindersticks. Pouco depois saiu este disco (Devil's Road, de 1996), de longe o que mais ouvi e o que mais gostei desta banda de Seattle que se atreveu a enveredar pelo country-rock, para mais um bocadinho pipi-lamechas, em plenos anos 90. Gabe-se-lhes, pelo menos, a audácia.
Vi-os por duas vezes: a primeira no Via Rápida (!!!!!!), aqui na Imbicta, imagino que lá por 1998; a segunda uns anos mais tarde, em Paredes de Coura. Não tendo exactamente sido fracos, nenhum dos concertos mudou a minha vida ou me deixou uma impressão muito marcante. Parece que o Chris Eckman, marido da Carla e manda-chuva da banda, se apaixonou por Lisboa por alturas da primeira visita à Lusolândia, chegou a viver por cá uns tempos e, se não me engano (é verdade que, não sendo o Cavaco, por vezes engano-me), até produziu o 1º disco dos Rainbirds.
E pronto. Espero que apreciem, apesar de a versão disponível estar lamentavelmente amputada em relação à original.
Hoje ao fim da manhã a Mary e a Wendy apareceram lá em casa, directamente dos USA, e vão ficar lá a morar. Vieram com a roupa e adereços especiais de quando fizeram 30 anos, apesar de este ano já fazerem 33.
Hoje de manhã vim no carro a ouvir o Easter, que está para fazer 30 anos. Pode-se gostar mais ou menos da música e do estilo, mas não se pode negar que esta gaja os tinha no sítio.
Desgraçadamente o rock é 90% feito por gajos. Fazem falta mais rock'n roll chicks como a Patti e a Polly.
Look around you, all around you, riding on a copper wave Do you like the world around you, are you ready to behave?
Nunca fui grande fã dos Stereolab. Nada contra, apenas nunca me entusiasmaram por aí fora. Ontem os Raveonettes cantaram (aliás, a gaja cantou, porque o pobre moço estava mais mudo que o Buster Keaton) uma canção deles , e hoje acordei a assobiar isto. Isto é giro.
É sobre a infância e as memórias. E traz-me memórias de um fim de semana prolongado, já lá vão muitos anos. Um amigo meu tinha isto numa cassete, provavelmente gravada da XFM.
Segundo os próprios, o nome combina a canção Rave on, de Buddy Holly, com as Ronettes - não por acaso, a própria Ronnie Spector canta com eles a fantástica Ode to LA. Têm um som que combina o surf/garage dos anos 50, um cheirinho de Motown e o fuzz e a distorção dos J&MC. São seguramente a banda rock dinamarquesa mais conhecida, para não dizer a unica conhecida extra-muros. Apareceram há uns anos na fornada de bandas-casal, a mesma que trouxe os White Stripes e os The Kills. Sune Wagner (ela) e Sharin Foo (ele). Os Raveonettes.
Em 1996 os Divine Comedy fizeram um disco absolutamente fenomenal, verdadeira obra-prima da britpop sofisticada. Um disco que de uma ponta a outra tratava de assuntos de alcova, a que Neil Hannon apropriadamente chamou Casanova. Sem sentimentos nem mariquices, só erotismo e sexo. Canções compostas com a precisão de um relojoeiro suíço e letras escritas por esta espécie de Quim Barreiros ultra-literato, que chega ao ponto de adaptar um poema épico sobre a Guerra da Crimeia a uma sessão de bang bang bang, all night. Tarado.
Para meu grande júbilo. esta preciosidade reentrou anteontem na minha posse. Inexplicavelmente foi descatalogado, e só o arranjei em 2ª mão via Aamazon. Mas como há males que vêm para bem por acaso consegui uma edição especial, que traz um 2º CD com lados B. Nice.
O clip que podem ver aqui em baixo é um dos momentos mais altos do álbum. Tal como o inexplicável All you need is love começa com um excerto da Marselhesa, mas a mensagem aqui é exactamente o contrário: quem precisa de amor quando o que realmente interessa é, digamos, aquilo que todos sabemos?
Parece-me um excelente mote para este 14 de Fevereiro.
Já se sabia que a menina que aqui em baixo canta (pronto, QUASE que canta) uma das melhores canções dos 80's com uma das melhores bandas dos 80's tinha resolvido gravar um disco. Ficamos agora a saber que não é nada pêca a escolher as companhias. Ora vejam lá.
Assim também eu faço discos, ora porra. E mais, sou gajo e sou feio.
Não é fixe a maneira como ela diz "háááánnyyy"? Lá está, ele há gente a quem tudo se permite e fica bem.
Desde que na semana passada o camarada m.a. resolveu fazer um pedido antecipado e à distância para a minha sessão toca-discos de sábado, que este disco excelêndido não sai do meu auto-rádio. Já não o ouvia há muito, é altura de recuperar o tempo perdido.
que no próximo sábado a C70 vai estar a animar o serão no sítio do costume, que foi remodelado e está todo catita. Portanto apareçam por lá. Há grandes hipóteses de ouvirem isto:
Os Supergrass mereciam ser mais conceituados e reconhecidos fora de Inglaterra. Não farão exactamente parte do meu top-10 pessoal, mas são uma boa banda de rock que se tem mantido desde há mais de 10 anos a um muito bom nível. Talvez nenhum dos 5 álbuns que editaram seja uma obra-prima, mas são todos, no mínimo, muitíssimo aceitáveis. E têm singles como o Alright, o Sun hits the sky ou a extraordinária Mary, que a maior parte das bandas desta fornada da britpop mataria para ter gravado.
Em Março sai um novo álbum, que pelos vistos se vai chamar Diamond Hoo Ha. Já há single novo, que podem ver aqui. Está do caraças.
Hoje estes moços estão-me a fazer muito boa companhia, enquanto martelo no teclado e tento aprender a trabalhar melhor com o #$%&%$ do EndNote. Bem-hajam por isso. Keep on pumpin' on my stereo.
Aproveitando a embalagem do post de ontem, estive a ouvir o King. É um disco do caraças, mais um da tal safra de 95. Tem o Seal my fate, talvez a melhor canção que a nossa sereia Tanya assinou, mas tem mais umas quantas pérolas indie-pop. Ficam umas amostras como pretexto para acompanhar a foto aqui ao lado.