30 janeiro 2008

I know her, pt. 2

Aproveitando a embalagem do post de ontem, estive a ouvir o King. É um disco do caraças, mais um da tal safra de 95. Tem o Seal my fate, talvez a melhor canção que a nossa sereia Tanya assinou, mas tem mais umas quantas pérolas indie-pop. Ficam umas amostras como pretexto para acompanhar a foto aqui ao lado.
Belly - Seal my fate

Belly - Untitled and unsung
Belly - Super-connected

29 janeiro 2008

I know her

Nunca fui grande fã dos Throwing Muses, apesar de se dizer que foram muito importantes na criação da cena de Boston, e que sem eles não havia Pixies, e tal e coiso e patati patata. A Kristin Hersh é uma seca, e como a banda era dela a banda era uma seca.
Já quanto à menina que se apresenta à nossa direita, e que ainda é meia-irmã da seca, merece-nos (por razões que julgo ser escusado explicar) todo o respeito e admiração. A Tanya é fixe, seja a solo, com os Muses, com as Breeders ou com as Belly. Foi ela que escreveu e é ela que canta esta pequena preciosidade 120% pop.
É um amor de moça, não é?

Throwing Muses - Not too soon


24 janeiro 2008

e se o 'waiting for the man'

tivesse sido produzido pelo Phil Spector?



and I talk to the filth and I walk to the door
I'm knee deep in myself, but I want to get more of that stuff
of that stuff

some candy talking
talk
and I want
and I want

some candy talking
(já agora, também fica uma cover que não desmerece)
Richard Hawley - Some Candy Talking

23 janeiro 2008

I don't understand how the last card is played, but...

...somehow the vital connection is made

Vê-se que esta gaja teve boa escola.

22 janeiro 2008

a super ultra maxi mega super funky...


Pensamento que me ocorreu ontem à noite: é impressão minha ou já ninguém se lembra dos Morphine?

21 janeiro 2008

this is what we waited for

Parece que se abriu a gaiola.
Depois do super concerto dos Go! Team anteontem, os próximos meses são de uma agitação inusitada por estas bandas, com a actividade repartida pela Imbicta, o Minho e as rias galegas. De repente anunciam-se Raveonettes, Pere Ubu, Nada Surf, Portishead, John Cale a mais o caraças. E é complicado, porque às tantas a pessoa já não consegue acompanhar.
Ou como dizia a outra,

this is it boys, this is war
Boa semana pra todos.

18 janeiro 2008

just Go!

Go! Team, amanhã à noite na Maison de la Musique. Um dos concertos do ano, já em Janeiro?



Este concerto terá o altíssimo patrocínio da M.J. e do P, que orientaram uns convites quando a coisa já estava completamente esgotada. A C70 agradece-lhes penhoradamente, canta-lhes odes triunfais e promove um abaixo-assinado para a colocação dos respectivos bustos em bronze em frente aos Paços do Concelho.

16 janeiro 2008

ride the tiger...

...down river euphrates

2-3, hey!



ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride
ride ride ride ride ride ride ride ride

15 janeiro 2008

country roads (III) Loretta Lynn (feat. Jack White) - Portland Oregon

Em 2004 Loretta Lynn resolveu imitar Johnny Cash e recuperar uma carreira que estava esquecida, chamando para o efeito alguém que assegurasse um efeito hype junto de novas gerações de potenciais apreciadores. E em 2004, ninguém no mundo da música era mais hype do que Jack White. Foi ele que produziu este disco extraordinário chamado Van Lear Rose, e pelo meio ainda fez este dueto. Isto já não é country-rock. Isto é country e rock na mesma canção, e isso faz toda a diferença.
Na altura considerei-o o álbum do ano. Talvez tenha exagerado, considerando que nesse ano saíram, entre outros grandes discos, o primeiro dos Franz Ferdinand, o Antics ou o Funeral. Mas isso agora pouco interessa. Façam a vossa vénia à Senhora Dona Loretta, a filha do mineiro.


14 janeiro 2008

A aposta da semana

A coisa é simples: anteontem alguém insistiu comigo em como uma vez viu os Placebo a fazer a primeira parte de um concerto dos Tindersticks, aqui no Porto. Ora, toda a gente sabe que isso é impossível, por razões que nem vale a pena explicar. O problema é que para ganhar o jantar a que tenho direito (sim, a pessoa em causa quis apostar um jantar) tenho que fazer a prova de um facto negativo. E se provar que certa coisa se deu nem sempre é fácil, a provar que não se deu é o caraças.
Daí que solicite ao culto e informado auditório da C-70 que confirme a impossibilidade, para lá da brutal inverosimilhança, da tese sustentada pela parte contrária. E que confirmem que Molko e Staples nunca pisaram na mesma noite o mesmo palco na Imbicta.
Talk to me, people.

Bolas, fazer noise e distorção com uma orquestra de cordas não é para todos!

11 janeiro 2008

the runways of escape from our non-affair

(a propósito de covers da canção postada ontem)

there's no jet on my tarmac
no boat upon my atlantic


Mick Harvey - Non-affair


I search in vain for the exit
I search in vain for the way back

10 janeiro 2008

les pavés de l' anamour

aucun Boeing sur mon transit
aucun bateau sur mon transat



je cherche en vain la porte exacte
je cherche en vain le mot 'exit'

09 janeiro 2008

country roads (II) Tarnation - Game of broken hearts

no ano da graça de 1995 (está para breve um post sobre esse ano vintage), em pleno boom do novo country (ou alt-country, ou meta-country, ou americana, ou como caraças lhe queiram chamar), os Tarnation editaram um OVNI discográfico chamado Gentle Creatures que nos últimos tempos isto tem estado em heavy-rotation lá por casa. aos ouvidos do típico indie-boy europeu era um disco tão exótico como sushi de papaia. imaginem que o espírito de uma das Carter Sisters foi aprisionado pelo Imperador Ming numa redoma de vidro e conseguia emitir para a terra em onda média. ora bem, era mais ou menos essa a sensação que se tinha quando se punha o disco a tocar e se ouvia este Game of broken hearts.


tive a sorte de ver os tarnation ao vivo em 1997, quando estavam a promover Mirador, o seu segundo e último álbum, e fizeram a primeira parte do Nick Cave. foi uma pena terem acabado, apesar de os discos a solo da Paula Frazer serem também muitíssimo recomendáveis.

are you ready, boots?

start walking


08 janeiro 2008

classe de 61

parabéns a você nesta data querida
muitas felicidades muitos anos de vida


David Bowie - Time

"we should be on by now", diz ele. palhaço.

07 janeiro 2008

country roads

tenho para mim que as circunstâncias da morte de Gram Parsons (com 27 anos, de overdose e no meio do deserto) são a principal causa do culto que lhe é dedicado, e que provavelmente a sua obra não justifica. além de que quem usa um fato branco às flores tem muito que explicar. mas pronto, isto é apenas a minha opinião.
seja como for, e para além de ter sido um dos responsáveis por essa coisa híbrida a que se resolveu chamar country-rock (e que desde então tem proporcionado ao mundo algumas pérolas no meio de muito, muito lixo) deixou-nos meia dúzia de grandes canções. acima de todas, uma canção verdadeiramente soberba, chamada "a song for you", que aplica ao country o princípio que pouco depois os ramones aplicariam ao rock: dois acordes e uma melodia podem ser suficientes.


Gram Parsons - A Song for You
A propósito de gente sobrevalorizada, os Whiskeytown e o inefável Ryan Adams têm uma versãozita sofrível desta maravilha. Também cá fica, para não dizerem que aqui não reina a democracia.


Whiskeytown - A Song For You

(este post pretende ser o primeiro de mais uma das efémeras rubricas que a C70 vai tendo e deixando de ter; como o próprio nome indica, a dita cuja será dedicada a cenas aparentadas, mais de perto ou mais de longe, com a country... whatever it means)

04 janeiro 2008

that's how it started

Para contrariar um bocadinho o tom amargo do post de ontem aqui fica a primeira coisa que ouvi em 2008, cortesia de Messieur Richard S. Um bom prenúncio, além de uma canção do caraças (ainda assim continuo a dizer que prefiro a versão dos FF).
Desejo a todos os meus amigos um fim de semana em cheio. Have fun!

03 janeiro 2008

pequena reflexão de ano novo

The Smiths - Heaven Knows I'm Miserable Now
In my life,
why do I give valuable time
to people who don't care if I live or die?