29 março 2006

O artista da bola

Cristiano Ronaldo, imortalizado por um artista gráfico inglês. Só o penteado não faz justiça ao original.

28 março 2006

Qual é a coisa, qual é ela..

que é cinzenta, grande e pesada,

maior do que um rinoceronte mas mais pequena que o estádio do Dragão,
que é nome de editora espanhola,
que já foi álbum dos White Stripes e filme do Gus van Sant,
e tem fama de se parecer demasiado com os Interpol?

A C-70 ouviu o novo álbum dos Elefant (The Black magic show), e as primeiras impressões são francamente agradáveis. Como somos amigos do nosso amigo, deixamos um rebuçadinho aos frequentadores da casa: nada menos do que o vídeo de Lolita, o primeiro single. Juntando à capa do álbum este título sugestivo, a letra da canção ("when you wear those pretty dresses I forget the girl in you", "She is such a wicked child, painted lips, dirty knees") e o facto de o vídeo ter umas mamocas ao léu (ooops...), concluímos que os rapazes se estão a arriscar. E que a Classe de 70 quer aumentar as audiências.

27 março 2006

Quote of the day - Radiohead / Just

One day I'll get to you
And teach you how to get to purest hell

Quem nos pode causar mais mal do que nós próprios?


Talvez os outros, mas poucas vezes. De facto somos quase sempre nós.

25 março 2006

Breakfast with Audrey

Moon river, wider than a mile
I’m crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heartbreaker
Wherever you’re goin’, I’m goin’ your way
Two drifters, off to see the world
There’s such a lot of world to see
We’re after the same rainbow’s end,
waitin’ ’round the bend
My huckleberry friend,
Moon river, and me

Uma das minhas canções preferidas, muito melhor do que o filme.

22 março 2006

Quote of the day - Pavement / Cut your hair

Darlin’ don’t you go and cut your hair
Do you think it’s gonna make him change?
I’m just a boy with a new haircut
And that’s a pretty nice haircut


A Classe de 70 foi ao barbeiro, e recorda a propósito o seu disco preferido da banda mais cool da década de 90,

a única banda com à vontade suficiente para insultar os Smashing Pumpkins e os Stone Temple Pilots em forma de canção country. I don't understand what they mean and I don't really give a fuck. Tunga!

19 março 2006

Especial Dia do Pai

A Classe de 70 saúda todos os Pais, porque os Pais são fixes!


18 março 2006

Quote of the day - Marvin Gaye / Let's get it on

Don't you know how sweet and wonderful, life can be
I'm askin you baby, to get it on with me
I aint gonna worry, I aint gonna push
So come on, come on, come on, come on baby
Stop beatin round the bush....

Let's get it on

Continua a cantar coisas dessas, continua, e não saias da droga, não...

e depois queixa-te que o teu pai te castiga.

16 março 2006

Quote of the day - Lou Reed / Sad Song

Staring at my picture book, she looks like Mary, Queen of Scots
She seemed very regal to me
Just goes to show how wrong you can be
I'm gonna stop wastin' my time
Somebody else would have broken both of her arms

Se alguma vez fez sentido dizer que um disco é amargo, só pode ser em relação a este,

que nos explica tudo o que não gostaríamos de saber sobre o amor, o ódio e a fina linha que os separa, a paixão e o desencanto, o fim da lua-de-mel, o desfazer das ilusões e a forma como tudo isso tem que ser encarado como uma parte natural da vida e com uma atitude blasé. "Somebody else would have broken both of her arms"? Caraças, é preciso tê-los no sítio para falar assim!!

14 março 2006

Quote of the day - Leonard Cohen / Famous blue raincoat

And what can I tell you my brother, my killer, what can I possibly say?
I guess that I miss you, I guess I forgive you,
I’m glad you stood in my way.
If you ever come by here, for Jane or for me,
Your enemy is sleeping, and his woman is free.

Grandes compositores há poucos; grandes poetas ainda menos. Escritores de canções tão perfeitas como esta, que está algures num dos meus discos preferidos de sempre,

houve uma meia dúzia, se tanto.

13 março 2006

Quote of the day - Faith No More / A small victory

The small victories, the conquers and medallions
The little nothings, they keep me thinking that someday
I might beat you
But I'll just keep my mouth shut.
It shouldn't bother me - NO!
It shouldn't - NO, NO, NO!
But it does...


Será este o melhor single dos Faith no More? No que me diz respeito é um fortíssimo candidato.




PS - Este post, à boleia do título desta canção que tive o gosto de lá passar ontem na grandiosa festa de aniversário, é inteiramente dedicado ao Mini e ao Ricardo pela enorme vitória que tem sido fazer do Radio ao mesmo tempo uma nova referência nas noites da Imbicta e um local de encontro de velhos e novos amigos. Parabéns, carago, e que seja assim por muitos anos!

11 março 2006

Le noir, c'est chic!

Deparei ontem, mais ou menos por acaso, com um volume da colecção de cinema da Taschen dedicado ao film noir - ou mais exactamemte à sua época áurea, entre princípios dos anos 40 e finais dos 50. Não resisti a comprá-lo, no que fiz fiz muitíssimo bem. Além de traçar de forma completa e rigorosa a história do género (ainda por cima bem traduzido do original), o livro tem a qualidade de impressão, de fotografia, de design e layout a que a Taschen jamais foge. Na capa e contracapa vêem-se as duas mãos tatuadas de Robert Mitchum (a que Nick Cave presta homenagem em The mercy seat) no assombroso Night of the hunter (embora não especialmente representativo do género, e curiosamente a única realização de Charles Laughton). Por dentro, as páginas são negras e profusamente ilustradas (como é óbvio, quase integralmente a preto e branco). E foi barato, e tudo.
O noir é com grande probabilidade o meu estilo preferido dentro da história do cinema. Gosto de personagens determinadas a ter o que querem a qualquer preço. Gosto de ver mulheres pérfidas e homens manipulados. Gosto de intrigas rebuscadas e reviravoltas inesperadas. Gosto de ver polícias bons e polícias maus. Gosto de sentir o arrependimento amargurado daqueles a quem o crime não compensa. Gosto de ver homens destroçados a vingarem-se das malfeitorias sofridas com as forças que lhes restam. Gosto de filmes a preto e branco. Gosto de actores duros como James Cagney, Edward G. Robinson, Richard Widmark, Glenn Ford, Robert Mitchum ou Humphrey Bogart (pode lá comparar-se Casablanca a À beira do abismo?). Gosto de mulheres sonsas como Barbra Stanwyck, Veronica Lake ou Gene Tierney.
Tem havido boas releituras do género, normalmente por cineastas jovens e em início de carreira. Tarantino e Lynch roubaram imensos elementos do noir na construção dos seus próprios géneros pessoais e intransmissíveis (Pulp fiction e Blue velvet serão os exemplos mais claros). John Dahl (com a preciosíssima colaboração da sua musa Linda Fiorentino, a bitch mais bitch que Hollywood produziu em décadas; e nem sequer bonita, apesar do nome...) tem feito toda uma carreira à conta do noir, sendo A última sedução especialmente notável. Outros bons exemplos são Noites escaldantes (Lawrence Kasdan), The hot spot (Dennis Hopper) ou o colossal Os suspeitos do costume (Bryan Singer). Bons e maus, sem nunca ser claro quem são uns e outros, dilemas morais lancinantes, personagens sempre no limite, gente que respeita valores (pouco interessando se recomendáveis ou não), crime e castigo. E, regra geral, uma mulher fatal (pois claro) como ignição para a desgraça. O que pode o cinema dar-nos de melhor?

10 março 2006

Vitor Baía ausente do Radio All-Stars

Sem que os responsáveis técnicos tenham fornecido qualquer justificação, Vitor Baía é a ausência mais notada na convocatória para o Radio All-Stars a realizar no próximo sábado, ao 167 da R. de Miragaia, na comemoração do 1º aniversário do Radio Bar, Danceteria, Boite e (a partir das 4h) casa de passe com aluguer de puffs por meias-horas.

Estarão presentes e activos quase todos os suspeitos habituais, como consta pormenorizadamente do plano de festividades. Este blogue, se a saúde do editor e da respectiva família o permitir e o Altíssimo assim o quiser, também ocupará os pratos e lasers durante parte da mega-mega-sessão. Vai ser DO CAMANDRO!

09 março 2006

Quote of the day - REM / It's the end of the world as we know it


O título deste single, um dos melhores na carreira dos REM, é das poucas coisas que me ocorre dizer perante os estranhos e funestos acontecimentos de Anfield Rd. e S. Bento, separados por menos de 12 horas.
Será o Anticristo a chegar?
I feel fine, anyway. Been there, done that.

08 março 2006

Pumpin' on your stereo

A C-70 está por casa com gripe. E aproveita para fazer algum tuning no blogue (para o que contou com a preciosa colaboração desta senhora). Inaugura-se assim uma nova rubrica, cujo título homenageia (de forma singela mas sentida) uma das melhores bandas subvalorizadas do britpop.
Os mais atentos repararam que por baixo da foto do senhor pregado ao carocha (um dia destes trataremos dele) tendes agora um leitor, em que poderéis escutar os brindes que o vosso amigo vos vai deixando. Para começar, e porque festa é festa, fica uma amostra do desesperadamente ansiado (e tão novo que ainda não saiu) segundo disco dos YYYs, que se chamará Show your bones. Esta chama-se Dudley (dizem...) e é uma das minhas preferidas.
Enjoy!

07 março 2006

You lucky lucky, you're so lucky!

Esta é a foto original: Lily Brik, fotografada por Alexander Rodchenko em 1924.


Pouco tempo depois a mesma foto é usada num cartaz de propaganda soviética, para propósitos irreconhecíveis a todos quantos não sejam versados em línguas exóticas.



Muitos anos mais tarde, a pobre Lily é utilizada como projecto de imagem de marca do mundialmente célebre (e ao que parece inexistente) Finkz Ketchup, tendo assim ocasião de levar umas palmadinhas no traseiro.

E em 2005? Substituindo a já cansada Lily por outra moçoila sorridente (embora com uma dentadura menos exuberante), uma imagem muito parecida esteve nos escaparates de qualquer discoteca perto de si. Pistas: Sarajevo-1914, Mão Negra, Glasgow, newer wave, pequena desilusão.

05 março 2006

Sai meia dose de sapinho com salsichieri para a mesa 3

Eis uma questão que volta e meia suscita acaloradas disussões entre grupos de popómanos: os Cocteau Twins são melhores quando cantam em inglês ou quando se fazem passar por atrasaditos em aulas de iniciação ao esquimó? Sempre fui adepto da segunda via, razão pela qual o meu álbum favorito continua a ser o que vêem à vossa esquerda. Gosto de ouvir a Liz dizer verdades insofismáveis como "sapinho sapou", "sami sami samoni, salsichieri" ou " idolilo waga naka naka".
Mas o que é fantástico é que houve um maduro que resolveu publicar as letras de todos os álbuns da banda - este incluído. Os trigémeos devem ter rebolado de riso ao ler os resultados deste autêntico teste Rochard para invisuais. "Então e aqui, ouve o quê? Peep hole, Peach blow, Pandora, Pompadour? Muito bem."
Se conhecem os originais, riam-se também; se não conhecem de que estão à espera, caraças? Tenham vergonha e vão à FNAC mais próxima. Eu prometo que não conto a ninguém.

Discos Perdidos 02 / Drugstore - "Drugstore"

Discos Perdidos são aqueles que, por razões que a razão desconhece, eu acho muito melhores, mais importantes ou mais marcantes do que as outras pessoas com quem costumo falar sobre discos. Não são causas perdidas, são as vossas oportunidades perdidas de encontrar um bom amigo.

Drugstore
"Drugstore" (1995, Go! Discs)

As recordações de Londres, que já deram origem ao post anterior, fizeram-me hoje voltar a ouvir um disco que foi um dos meus power-play pessoais nos idos de 95-96. Falo do álbum de estreia de um trio inglês, liderado por uma brasileira chamada Isabel Monteiro que apesar de um aspecto mignon e voz por vezes quase inexistente (são dela os sussurros em My sister, do 2º álbum dos Tindersticks) tem mais garra do que muitos hard-rockers musculados.
Ouvi-os pela primeira vez na tristemente defunta XFM. Vinha de carro e passaram no Grande Delta (o programa da tarde apresentado pelo António Sérgio) uma música que me deixou verdadeiramente abananado. Consegui perceber de quem era, e antes de o sol se pôr já tinha passado na também defunta Tubitek (onde este senhor dava bons conselhos e fazia uns descontos porreiros) e entrado na posse de um disco fora de série.
O som dos Drugstore é muitas vezes definido como uma espécie de cruzamento entre os Jesus & Mary Chain, os Mazzy Star e os Velvet Underground . Talvez seja verdade, mas em nenhuma destas referências encontramos a pedra de toque deste disco: a sensação de leveza que têm estas 14 canções, que parecem como que inacabadas. A sensação de que fica muita coisa por dizer e por cantar, que a nossa imaginação se deve encarregar de preencher, que as torna tão especiais e nos faz ouvi-las até à exaustão. Isso, e o facto de a maioria dos temas fugir ao formato tradicional verso/ refrão/ verso/ refrão/ interlúdio/ refrão, sem no entanto tentar parecer outra coisa que não canções pop-rock. Canções como Alive, Starcrossed, Gravity, Solitary party groover ou a superlativa Fader (a tal que ouvi na XFM) como que planam sobre guitarras saturadas por distorção e a voz ora sussurrada, ora gritada de Isabel, umas vezes num registo quase etéreo, outras em dinâmicas start/stop, mas são despretensiosas canções pop e não querem ser mais do que isso.
Pude vê-los várias vezes em concertos ao vivo, em Londres e por cá, onde a pequena Isabel se assume como um verdadeiro animal de palco. E encontrei-a uma vez no metro, ocasião em que depois de superar a vergonha fui cumprimentá-la e dizer-lhe como gostava deles. Ficou genuinamente surpreendida por ser reconhecida ("What, you know ME??!!), e teve a simpatia de me pôr na lista de convidados de um concerto que iam dar na semana seguinte. E ainda me deu um autógrafo, com desenho e dedicatória. Um amor de moça!
O disco seguinte (White magic for lovers, de 98) sofre (como tantos segundos álbuns...) de excesso de produção, não conseguindo recriar a aura do primeiro. É no entanto um excelente álbum pop, que deu à banda o seu maior êxito: El president, uma homenagem a Salvador Allende em forma de dueto de Isabel com Thom Yorke (recorde-se que os Radiohead eram à época uma das bandas mais consideradas pelo público e pela crítica de todo o mundo). O terceiro álbum (Songs for the jet-set, de 2001) foi uma desilusão. Desde então quase nada se sabe sobre projectos futuros da banda. A falta de um site oficial também não ajuda.
Nada pode, todavia, diminuir este disco fantástico, para o qual já arrebanhei uma pequena mas devota legião de fãs mas que merece ser conhecido e amado por muitos mais. Descubram-no vocês também.

04 março 2006

Quote of the day - Kinks / Waterloo Sunset

Dirty old river, must you keep rolling, flowing into the night
People so busy, makes me feel dizzy, taxi light shines so bright
But I don’t need no friends
As long as I gaze on Waterloo sunset, I am in paradise
Every day I look at the world from my window
But chilly, chilly is the evening time...
Waterloo sunset’s fine

Algures nesta obra prima da swinging London


está aquela que é provavelmente a minha canção preferida sobre uma das minhas cidades preferidas.

01 março 2006

Radio Fantastikk

Oh when the sun goes down and the moon comes up
I turn into a teenage goo-goo muck
Yeah I cruise through the city and I roam the streets
Lookin for something that is nice to eat
You better duck when I show up, the goo-goo muck

Amanhã, no sítio do costume,
FantasFesta animada pelos Sons of the Silent Age Bros.,
Sam Therapy & King Dice,
a.k.a. Captain Salazar & Lieutenant Joe.
É bem capaz de passar alguma coisa daqui,


porque andam no ar coisas do demo!