26 março 2009

a minha cover é maior do que a tua

No próximo sábado (28 de Março) este vosso camarada vai cumprir um desejo antigo. Os Undercover DJ's, essa mini trupe lúdico-circense na qual orgulhosamente se integra, vão fazer uma sessão (di)versões no bar que durante muitos anos foi uma espécie de minha segunda casa nas noites de fim de semana. Nada menos do que no Mercedes.

Quem já esteve nestas sessões sabe o que o espera: uma noite inteira de versões. Imaginem, só por absurdo, o que seria se os Dandy Warhols resolvessem fazer versões dos Blondie, os Detroit Cobras se lembrassem de fazer uma cover dos Strokes ou se os Duke Spirit se pusessem a cantar coisas dos Love. E agora pensem que isto é mesmo a sério. E mais: que até saímos da letra D, e resolvemos ir do Adam Green até aos Zoot Woman.

Vai ser do bom e do bonito, como as canções do Tozé Brito. Apareçam.

E fiquem lá com esta, só para não pensarem que eu estava a brincar.




20 março 2009

once upon a time, not too long ago...

...we took a day out in Manchester,
and we all fell down, there's not enough hours in the day.

Gomez - Whippin' Piccadilly (Turbo Version)


Há 5 anos o jogo em Manchester entrou directamente para o top-10 das melhores memórias futeboleiras de sempre. A ver como é desta vez...
Bom weekend para tutti quanti. Aproveitem o sol enquanto dura.

13 março 2009

radio on

Amanhã o Radio Bar comemora 4 anos. Pensando em algumas coisas parece que já foi há mais tempo, pensando noutras parece que ainda foi ontem. É pena que o medo de assaltos e de violência, a proliferação de gunagem, e mais recentemente o fenómeno hype da zona envolvente dos Leões tenham afastado da Ribeira e da Alfândega quem costumava ir lá. Mas estou convencido que mais cedo ou mais tarde se regressará à normalidade, e que a zona mais bonita da cidade retome o seu papel como palco principal da vida nocturna.
Como aniversário é dia de festa, amanhã o Radio faz a festa convidando alguns dos DJs que por lá passam, com mais ou menos frequência e mais ou menos amadorismo, desde há uns anos. Os manos anfitriões Tony the Pony e Mr. SeXXXy Love, o Puto, o Atari666, as Double Js, a juris-dupla maravilha Sonic Nights, John the Revelator, os Fritus Potatoes Suicide e alguns outros, entre os quais este vosso amigo. Apareçam, que vai ser festa da rija.
E agora uma pergunta de algibeira: qual foi a primeira música a bombar nas colunas do Radio na noite em que abriu ao público?
Foi esta.

Bom fim de semana.

12 março 2009

the boyz are back in town

O sol está a brilhar, está calor e ouvem-se passarinhos a cantar. Hoje o dia começou bem, quase tão bem como acabou o de ontem.
Pode não ser exactamente a classe de 87 nem a classe de 2004, mas os nossos moços mostraram a fibra de que são feitos os campeões. Depois de alguns passos em falso, depois de 180 min. de sofrimento vivido in loco, depois de algumas unhas a menos, estamos nos quartos. Nos 8 melhores. Na elite.
Os rapazes estão de regresso. E até sinto vontade de azeitar um bocadinho.
Take it away, Phil!

09 março 2009

O que é preciso é estilo

Na sexta feira, e após um jejum de alguns anos, os Mão Morta voltaram ao Porto. Adolfo Luxúria Canibal recordaria, mais para o fim, que foi aqui que os MM começaram a pisar os palcos. E este vosso amigo pode gabar-se de os ter visto, salvo erro nos idos de 1985, num concerto/concurso encabeçado pelos GNR em que 6 novas bandas se mostravam à cidade. Creio que os vencedores foram os Bramassaji, de que se calhar alguns ainda se lembram.
Desta vez o palco foi o do Sá da Bandeira, onde já os tinha visto aquando da digressão do Primavera de Destroços (cada vez mais, talvez o meu disco favorito da banda). O concerto integrou-se na digressão Ventos Animais, que comemora os 25 anos destes pândegos bracarenses, e de cuja abertura já vos tinha dado conta neste post.
Ao contrário do que acontecera aí, desta vez não houve cadeiras, o que só por si seria uma considerável mais valia. O à-vontade que nos dá a posição vertical terá contribuído para o grande ambiente que se viveu entre a banda e o público, culminado pelos dois encores com que os MM brindaram a audiência. Um primeiro com Anjos de Pureza, Charles Manson e Anarquista Duval, e após muita insistência o momento de verdadeira catarse, apoteose ou como caraças lhe quiserem chamar, com o mais-que-clássico Oub'lá.
O alinhamento principal abriu com a pérola que dá nome à tournée, e não diferiu muito do apresentado em Barcelos e que será apresentado ao longo da digressão. E se depois, Barcelona e Vamos fugir foram talvez os momentos mais empolgantes, mas o concerto foi uniformemente excelente, mostrando uma banda no domínio completo do som e da sala. Cinco músicos que fazem rock como não há igual no nosso país, e um frontman que apesar de não cantar muito, concentra em si todas as atenções com uma presença em palco fortíssima.
Aqui em baixo podem ver um slideshow com algumas das soberbas fotos do concerto tiradas pela Joana Saramago, a quem a gerência deste tasco agradece penhoradamente. Se quiserem ver mais, bem como outros álbuns igualmente bons, vão aqui que vale a pena.

05 março 2009

Doom Vigilantes

Hoje estreia um dos filmes que mais tenho aguardado nos últimos tempos, que adapta ao cinema uma das mais célebres e conceituadas novelas gráficas (é como as pessoas finas hoje em dia chamam aos comics) de sempre: Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Entre vários enredos principais e secundários, fala-nos de um grupo de vigilantes reformados (ou quase), sob uma ameaça misteriosa num 1985 alternativo em que a 3ª guerra mundial está iminente. A accção principal desenrola-se a partir do assassínio de um deles, e é permanentemente pontuada por flashbacks e por mudanças no narrador. Além disto, é ocasionalmente salpicada por um "comic dentro do comic", um livro de piratas que um rapaz lê continuamente, sentado no chão e encostado a uma banca de revistas, e que ajuda em muito ao negríssimo tom da história principal (no melhor estilo poético-apocalíptico da pena de Alan Moore, de quem até agora apenas tinha lido o extraordinário V for Vendetta). Tudo contribui para que seja dos livros mais viciantes e absorventes que me chega ás mãos nos últimos tempos.

Por coincidência, ou talvez não (a reedição do livro está com certeza ligada com o lançamento do filme), um amigo generoso, de gosto requintado e grande sabedor destas coisas, ofereceu-me há pouco esta preciosidade. E como ainda não acabei de o ler, não quero estragar o gozo que me está a dar vendo uma versão necessariamente mais curta e condensada, e sabendo antes do tempo segredos que é suposto só conhecer daqui a umas 200 páginas (é verdade, são cerca de 350 páginas de comics mais umas 60 de texto). Por isso, e só por isso, não vou já esta tarde ver "Os Guardiães". Mas a manter-se este ritmo, cheira-me que a meio da semana que vem já estarei pronto.

E por falar em vigilantes, fiquem lá com esta. Bom fim de semana para todos, e não se esqueçam que logo à noite a Mão volta a atacar na Imbicta.

New Order - Love Vigilantes (Live in Japan, 1985)