Hoje estreia um dos filmes que mais tenho aguardado nos últimos tempos, que adapta ao cinema uma das mais célebres e conceituadas novelas gráficas (é como as pessoas finas hoje em dia chamam aos comics) de sempre: Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Entre vários enredos principais e secundários, fala-nos de um grupo de vigilantes reformados (ou quase), sob uma ameaça misteriosa num 1985 alternativo em que a 3ª guerra mundial está iminente. A accção principal desenrola-se a partir do assassínio de um deles, e é permanentemente pontuada por flashbacks e por mudanças no narrador. Além disto, é ocasionalmente salpicada por um "comic dentro do comic", um livro de piratas que um rapaz lê continuamente, sentado no chão e encostado a uma banca de revistas, e que ajuda em muito ao negríssimo tom da história principal (no melhor estilo poético-apocalíptico da pena de Alan Moore, de quem até agora apenas tinha lido o extraordinário V for Vendetta). Tudo contribui para que seja dos livros mais viciantes e absorventes que me chega ás mãos nos últimos tempos.
Por coincidência, ou talvez não (a reedição do livro está com certeza ligada com o lançamento do filme), um amigo generoso, de gosto requintado e grande sabedor destas coisas, ofereceu-me há pouco esta preciosidade. E como ainda não acabei de o ler, não quero estragar o gozo que me está a dar vendo uma versão necessariamente mais curta e condensada, e sabendo antes do tempo segredos que é suposto só conhecer daqui a umas 200 páginas (é verdade, são cerca de 350 páginas de comics mais umas 60 de texto). Por isso, e só por isso, não vou já esta tarde ver "Os Guardiães". Mas a manter-se este ritmo, cheira-me que a meio da semana que vem já estarei pronto.
E por falar em vigilantes, fiquem lá com esta. Bom fim de semana para todos, e não se esqueçam que logo à noite a Mão volta a atacar na Imbicta.
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