06 junho 2007

A girl called Ronnie

So won't you say you love me,
I'll make you so proud of me,
we'll make 'em turn their heads every place we go!




Era uma vez uma rapariga chamada Veronica Bennett, que dançava e cantava com a irmã Estelle e a prima Nedra em bares e salas de NY. Veronica encurta o nome para Ronnie. A sua voz colossal e a sua beleza exótica fazem-na a líder natural do trio, que passa a chamar-se Ronettes.
Em 1963 o caminho das Ronettes cruza-se com o de Phil Spector. A voz majestosa encontra o Wagner louco e megalómano da pop, e desta explosão nasce aquele que é bem capaz de ser o maior single pop jamais produzido. Ninguém fica indiferente, todos se voltam para os ver passar.
Mais de 20 anos depois, esta canção estaria presente no primeiro momento perfeito de uma das bandas mais importantes dos anos 80, que começa com o mesmo boooom, boom-boom, bang. Uma obra prima gera outra. Além disso abre um dos meus filmes favoritos, o Mean Streets de Scorsese. É tão perfeita que não conheço quem se tenha atrevido a gravar uma cover.
Infelizmente para os Spectors, o resto da história não é exactamente um conto de fadas. Casaram, ele enlouqueceu e enclausurou-se/a em casa, divorciaram-se, e neste momento Phil Spector enfrenta a perspectiva de prisão perpétua pelo homicídio de uma actriz. Já a nossa Ronnie lançou no ano passado um disco que faz lembrar os seus gloriosos anos 60, e que passou injustamente despercebido. Chama-se The last of the rock stars e até tem uma nova versão de Ode to LA, a canção em que colaborou com os Raveonettes (que assumem sem disfarces a herança do casal Spector, desde o nome à saturação sonora). Ouçam-no e não se arrependem. Eu ando a ouvi-lo em regime non-stop.
Woah, oh, oh, oh, oh....

4 comentários:

M.A. disse...

Que belo texto para duas excelentes canções!
A forma como única como os Mary Chain conseguiram evocar o passado é que fez deles uma banda muito especial. Este eterno retorno é, de resto, um dos grandes fascínios da música pop.

x disse...

de facto fica no ouvido e é muito gira. acho que ainda me lembro de ouvir a minha mãe trautear esta música um conjunto de vezes, nas férias. soube bem relembrar :)

joao disse...

extremamente interessante. um detalhe que nunca tinha reparado.
esta dos jesus and the mary chain tambem foi a primeira deles que ouvi, desta vez mais ou menos a tempo, mostrada pelo irmao mais velho do meu amigo none, enquanto nos putos jogavamos computador. nunca mais me esqueci da distorcao.
entretanto, fiquei-lhe com o vinil. esta algures la para casa dos meus pais. anteriormente, ja tinha comprado o cd, que esta aqui na prateleira

joao disse...

o irmao mais velho do meu amigo none era igualzinho ao morrissey. giro giro e que so muito mais tarde e que reconheci esse facto