31 julho 2006

Quote of the day - Human League / The Lebanon

She dreams of nineteen sixty-nine
Before the soldiers came
The life was cheap on bread and wine
And sharing meant no shame
She is awakened by the screams
Of rockets flying from nearby
And scared she clings onto her dreams
To beat the fear that she might die
And who will have won when the soldiers have gone
From the Lebanon, the Lebanon
Before he leaves the camp he stops
He scans the world outside
And where there used to be some shops
Is where the snipers sometimes hide
He left his home the week before
He thought hed be like the police
But now he finds he is at war
Werent we supposed to keep the peace
And who will have won when the soldiers have gone
From the Lebanon, the Lebanon
I must be dreaming, it cant be true




A canção é de 1984. 22 anos depois parece que está tudo na mesma.

(Só o clip é que parece hoje ainda pior e mais absurdo do que quando foi feito)

30 julho 2006

I'm gonna spend all your money

A canção é boa. O vídeo original já era divertido (mas o mais divertido de tudo é que a MTV deixa passar o Lincoln numa barra de strip e censura as palavras "nuclear war") .




Agora alguém se lembrou de fazer um clip com o casal gay mais perigoso da história da humanidade. Podiam ter levado a coisa um bocadinho mais longe, mas ainda assim está com piada.

25 julho 2006

Caixa de Clips 008 - Bow Wow Wow / Chihuahua (1981)

Malcolm McLaren, o grande ladrão que inventou os Sex Pistols e o punk inglês depois de ver um concerto de Tom Verlaine e de Richard Hell em NY, fez mais algumas coisas amáveis antes de tentar uma patética carreira a solo. Uma delas foi pegar nos restos da banda de Adam Ant e juntar-lhes Annabella Lwyn, uma rapariguinha de 14 anos com corpinho de 18 e à-vontade de 23, de tal forma que até aparecia nua na capa do primeiro disco da banda (embora, valha a verdade, pudicamente nua) numa recriação do "Déjeuner sur l'herbe" de Manet. Queréis ver? Então está bem:


Os Bow Wow Wow assentavam numa secção rítmica poderosíssima, com um baixo frenético sobre tambores que se diria tocados por um antepassado de Kunta Kinte (lembram-se dele, brigada dos trintões?). Por cima disto tudo a voz inocente de Annabella, que sem avisar passa de um registo sussurrante para um delírio de berros e impropérios. Tal como outras bandas inglesas desta fornada de 80/81, os BWW foram buscar inspiração aos trópicos. Mas contrariamente à maioria (Kid Creole, UB40, Specials e toda a seita Ska) não alinharam em ritmos caribenhos; foram directamente à fonte e aos ritmos mais tribais da África negra. Tal como faziam os A Certain Ratio (calma, eles hão-de chegar), e como do outro lado do grande mar oceano faziam os Talking Heads no fantástico Remain in light. Se até os Echo and the Bunnymen chegaram a tocar com os Royal Drummers of Burundi...

Apesar do sucesso que lhes foi augurado, a carreira não foi muito longa. Separaram-se em 1983, com apenas três álbuns gravados. Annabella encontrou entretanto uma vocação budista (?!?!?!?!?), segundo informa o seu franciscanamente pobre site. Há 25 anos ninguém diria, ao ouvi-la gritar "I'm a rock'n roll puppet in a band called Bow Wow Wow!" enquanto puxava o seu guitarrista pela trela e o açoitava com o cinto. Mas as vocações não escolhem idade - que o diga S. Paulo, que ao que consta também gostava de dar as suas chicotadas antes de apanhar a tal estrada de Damasco.

Miguel Esteves Cardoso escrevia em Dezembro de 80 sobre os BWW: "Esta é a música comercial pop do futuro: efusiva, sem tréguas, apaixonada e imediata". E repetia em Abril seguinte, sempre no Se7e: "não é preciso uma bola de cristal para prever o futuro da música Pop - basta uma cassetre dos Bow wow wow e saber conjugar o verbo Bauauar" (tudo isto compilado, claro está, na sua "Escrítica pop"). Infelizmente o futuro não foi assim tão risonho para a Bella Anna (como lhe chamaria alguém que eu cá sei). Mas felizmente deixaram-nos músicas como este Chihuahua. Enjoy!


24 julho 2006

Quote of the day - Iggy Pop / Shades

I'm not the kind of guy who dresses like a king,
And a really fine pair of shades means everything
And the light that blinds my eyes shines from you
It makes me come in the night
It makes me swim with delight
I like this pain
I like this mirror
I like these shades


O vosso amigo comprou uns óculos de sol novos que são uma categoria. Se dantes já era um gajo com pinta, nem queiram saber agora.

Desgraçadamente não se arranja o clip desta canção. Mas para não ficarem tristes fica aqui outra do mesmo disco.

20 julho 2006

Quote of the day - Pixies / I've been tired

She said "I could tell you a story that could make you cry"
"What about you?" I said "Me too"
"I could tell you a story that will make you cry"
And she sighed "Aaahh"


Amanhã de tarde vou estar a fazer orais.
Depois de amanhã pela manhã vou estar a fazer orais.
Amanhã à noite os Pixies tocam em Lisboa. Obviamente, não posso ir.
Não é propriamente uma história que faça chorar. Mas que é uma merda, lá isso é.

17 julho 2006

Ainda a tempo...


A C-70 informa os seus leitores e amigos que a RTP-2 (aliás, a 2:) vai transmitir esta semana este extra-excelente documentário em que o mestre Martin nos explica como foi influenciado pelo cinema da sua pátria-avó. Absolutamente imperdível, a partir das 00.20 de hoje.

16 julho 2006

Quote of the day - Os Resentidos / Galicia canibal

Con isto da movida - ¡que movida! - haiche moito ye-yé
que de noite e de día usa jafas de sol,
¡Fai un sol de carallo!

A C-70 passou o fim de semana em dieta e cura de águas na Galiza. E achou por bem, até para se associar às comemorações oficiais do 20º aniversário deste LP (que de resto ainda tem em vinil), recordar às novas gerações que em tempos uma canção de uma banda de Vigo era passagem assídua no Batô ou na States, o primo de Coimbra.

Infelizmente o som dos Resentidos envelheceu muito mal. Mas esta continua a ser uma bela malha.

13 julho 2006

Caixa de Clips 007 - Bee Gees / Stayin' Alive

1977 não foi só crista, meus amigos. Não foi só alfinetes e calças rotas. Não foi só gajos feios a vomitar. Também foi gajos limpinhos vestidos de branco, ainda por cima irmãos, a cantar em falsete e a porem meio mundo a apontar para o tecto e para o chão. E a venderem que nem pão de ló (só a BSO do Saturday Night Fever vendeu para cima de 40 milhões). Os Brothers chamavam-se Gibb - hence, Bee Gees.
Confesso que quando vejo isto nunca sei o que é mais admirável: se o primogénito Barry, líder incontestado e insaciável compositor de êxitos, com o seu porte altivo, a sua impecável dentadura, a bela calça branca e jaqueta prateada e aquela vozinha de quem foi tirar um quisto e acabou por ficar sem mais qualquer coisa; se o mano Robin com a sua pujante cabeleira com risca ao lado e aquela cara de idiota que o Altíssimo teve a crueldade de lhe dar; ou se o saudoso mano Maurice mais o seu indisfarçável ar de morcão, aparentemente o mais discreto dos três mas capaz de proporcionar um momento de puro terror, qual filme do George Romero, à passagem dos 2.17'. Ou se nenhum em especial, mas antes o constante menear pélvico do trio, antecipando em muitos anos o fenómeno "bomba" e o seu movimiento sexy, ou a constante aparição às portas e janelas de casas em ruínas, ou a micro-coreografia com que nos brindam à passagem dos 2.29'.
A única dúvida é se este, conquanto mais subtil e contido, não é ainda melhor - quanto mais não seja pela soberba saída de cena à Lucky Luke. Uns senhores!

Já não há homens como dantes, é o que é.

11 julho 2006

Quote of the day - Pulp / Babies

Oh, we were on the bed when you came home,
I heard you stop outside the door
I know you won't believe it's true,
I only went with her 'cos she looks like you, my God!
Oh I want to take you home,
I want to give you children,
You might be my girlfriend,
yeah yeah yeah yeah yeah yeah!




Prometo que dou um doce a quem me fizer ouvir uma canção pop melhor do que esta. Mas atenção, não vale dizer esta. Nem esta. Nem esta. E muito menos esta. Nem outras 10 ou 15 de que me estou a lembrar.

O que leva a C-70 a perguntar ao seu auditório, gente de reconhecido bom gosto: foram os Pulp a melhor banda 100% pop dos 90's?


07 julho 2006

Caixa de Clips 006 - Buzzcocks / What do I get

Há quem chame aos Buzzcocks os Beatles do punk. Pessoalmente acho isso insultuoso para os Buzzcocks, mas não é o que está agora em causa (escreverei um post sobre os Beatles num dia em que me sinta suficientemente amargo). O que interessa é que poucas ou nenhumas bandas conseguiram uma reputação de tunesmiths, artífices da composição de canções pop, sem perderem pitada do espírito punk. Dir-me-ao: "ah, e tal, e os Clash, como é que é?" E eu responderei, não sem um ligeiro esgar de desprezo: os Clash são os Clash, ponto. Os Buzzcocks são uma das minhas bandas punk preferidas, os Clash são uma das 4 ou 5 maiores bandas de toda a eternidade. Os Buzzcocks são, salvas as devidas diferenças, uma espécie de Ramones ingleses, embora com um atraso de 2 ou 3 anos.
Os Buzzcocks foram uma das primeiras grandes bandas (senão mesmo a primeira), a sair de Manchester. Poucos anos depois Tony Wilson fundaria a Factory Records, à qual ainda hoje associamos a primeira grande onda musical da cidade do 2º clube de futebol mais antipático do mundo. A Factory dar-nos-ia a conhecer os A Cerain Ratio, os Durutti Column e acima de tudo e de todos os Joy Division e os New Order. Mais tarde, sairiam de Manchester outras bandas extraordinárias como os Smiths, os Happy Mondays e os Stone Roses. Mas, como se percebe bem no excelente 24-hour party people (antes de Michael Winterbottom se dedicar ao soft-porn-rock'n'roll), talvez Tony Wilson nunca tivesse fundado a Factory se não tivesse conhecdo e privado com a seita de tolinhos de que também faziam parte Pete Shelley e Howard Devoto, dois dos fundadores dos Buzzcocks.
A canção mais conhecida dos Buzzcocks é com certeza Ever fallen in love, (aqui numa versão ao vivo) muito por culpa da competente versão dos Fine Young Cannibals. Há muitas outras de calibre aproximado, o que teria dificultado a escolha de hoje não fosse a extrema escassez de clips a sério disponíveis no YouTube. Assim, ficam com What do I get e ficam muito bem, apesar da qualidade não ser a melhor). No entretanto, se não tiverem paciência para os álbuns oiçam a compilação Singles going steady. E digam lá se não é um mimo.
Enjoy!



PS - para os que ainda são do tempo do Countdown e da Europa-TV, digam-me por favor: como raio se chama o cromo que apresentava o programa de onde é tirado este clip? Estou farto de dar voltas à cabeça e não há forma de me lembrar.

06 julho 2006

Quote of the day - The Smiths / I know it's over

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head!

Não é que eu seja dos que sentem mais, mas achei que era uma boa canção para hoje.
E a imagem de um francês morto (no caso, o Alain Delon) pode sempre consolar os mais tristes.