28 fevereiro 2006

Quote of the day - Nick Cave / The Carnival is over

Like a drum my heart was beating, and your kiss was sweet as wine
But the joys of love are fleeting for Pierrot and Columbine
Now the cloak of night is falling, this will be our last goodbye
Though the carnival is over I will love you till I die

Apesar de ser um original dos Seekers, a versão definitiva desta canção extraordinária está algures por aqui,

no álbum em que este anjo caído no inferno descobriu a sua vocação de crooner.

Party Party Party

Foi rija a noite de Carnaval no RadioBar Danceteria & Bôite, esse espaço de boa disposição bem conhecido de todos quantos apreciam o que a vida tem de bom. Os foliões deram largas à imaginação, podendo dizer-se em abono da verdade que se esforçaram por partir a casa toda! As serpentinas não pararam de esvoaçar e o ritmo do samba (ou lá o que era) contagiou todos quantos marcaram presença, de tal forma que as portas para a tristeza foram estilhaçadas sem piedade!
Eis alguns alegres editores de blogues recomendados pela C-70, juntos nesta noite louca de folia a diversão onde apenas faltou Alberto João disfarçado de burro do Shrek.


Os donos da chafarica: Sgt. Pepper e... mau, quantos Vincent Vegas somos, afinal?

O Bunker: Guilherme Zissou, Armando "Animal" (o dos marretas) e Nuno Montana

El Puto, cerca de 40 dias adiantado em relação ao calendário oficial de festas

Herr Mouco, disfarçado de protagonista da comédia musical-romântica "A vida de Edu"

27 fevereiro 2006

C'ést la vie, said the old folks

Mia: I wanna dance
Vincent: No, no, no, no, no, no, no, no, no!
Mia: No, no, no, no, no, no, no, no, no! I do believe Marsellus, my husband, your boss, told you to take me out and do whatever I wanted. Now, I want to dance. I want to win. I want that trophy.
Vincent (sighs): All right.
Mia: So, dance good.
Vincent: Alright, you asked for it.


Amanhã o Carnaval é aqui. O tema é Movie Stars. Vai ser catita.

Alright, let's see what you can do. Take it away!

26 fevereiro 2006

Quote of the day - Stranglers / La folie

Il était une fois un étudiant qui voulait fort,
comme en littérature, sa copine.
Elle était si douce qu'il pouvait presque, en la mangeant,
rejeter tous les vices, repousser tous les mals, détruire toutes beautés,
qui, par ailleurs, n'avaient jamais été ses complices
parce qu'il avait la folie

Algures nesta jóia do pós-punk hoje quase esquecida, de uma banda punk hoje quase esquecida,


conta-se uma história hoje esquecida de alguém que gostava demasiado de alguém.

25 fevereiro 2006

Quote of the day - Joy Division / She's lost control

Confusion in her eyes that says it all- she's lost control
And she's clinging to the nearest passer by - she's lost control
And she gave away the secrets of her past, and said - I've lost control again
And a voice that told her when and where to act, she said - I've lost control again.

Algures no meio da escuridão,

ela deixou de saber para onde ia e como lá chegar, o que fazer e como o evitar, como recomeçar quando não conseguia parar.

23 fevereiro 2006

Glasgow-2 Seattle-1

Por enquanto o ano musical não tem sido muito entusiasmante. Depois da desilusão Strokes e enquanto se aguarda ansiosamente os novos Yeah Yeah Yeahs e Grandaddy (no caso dos segundos será o último), só dois discos me causaram alguma impressão.
O primeiro está à vossa esquerda. Uma colecção de duetos entre Isobel Campbell, a angélica ex-B&S, e Mark Lanegan, o ex-Screaming Tree que detém o título de pesos pesados na categoria "cantor-rock-contemporâneo-com-a-carreira-mais-irrepreensível-dos-últimos-anos". A menina da voz pastoral e o cavalheiro-pregador da voz de bagaço. Na tradição das grandes referências do género (Gainsbourg/Birkin, Lee Hazlewood/Nancy Sinatra), Ballad of the broken seas é um belo e bonito disco que sabe bem ouvir em qualquer altura do dia ou da noite, na praia e no campo, faça chuva ou faça sol. .
O segundo pertence à banda homónima do Gremlin que se apresenta à vossa direita. O disco chama-se Mr. Beast e parece-me (depois de 2 ou 3 audições) do melhor que os Mogwai têm feito. Mais fácil de digerir do que algumas avarias anteriores dessa rapaziada extravagante, nem por isso é menos poderoso do que coisas como Rock action ou Come on die young.
Tudo isto me faz pensar nas palavras iluminadas que uma vez ouvi ao Padre Basaúla, um franciscano que há mais de trinta anos evangelizava salmões numa aldeia do sopé do monte Fujiyama. Dizia ele, com a autoridade dos simples e dos omniscientes: rock is rock if you give it a shot, rock is rock if you like it or not.

Quote of the day - FGTH / Welcome to the pleasuredome

Shooting stars never stop even when they reach the top,
there goes a supernova - what a pushover, yeah!
We’re a long way from home, welcome to the pleasuredome!
On our way home going home where lovers roam,
Long way from home, welcome to the pleasuredome!

Este delírio megalómano, que me fez dançar enquanto fazia o jantar, está algures por aqui


no disco que há 22 anos chocou metade do mundo e divertiu a outra metade .

22 fevereiro 2006

Free-comment Zone

Ao que parece, a inexperiência deste vosso amigo nas coisas dos blogues fez com que tenha activado umas restrições aos comentários. Foi sem querer. Eu gosto dos vossos comentários.
Mas o que é bizarro nisto tudo é que fiquei a saber da coisa por via do Sr. Dr. Ricardo Mefistófeles de Oliveira Salazar, que aproveitou a deixa para me chamar "fascista". A sério, ponham-se na minha situação: alguém com um nome desses chamar-vos uma coisa destas.

Como me disse um homem santo e sábio que conheci uma vez num templo em Llhasa, "to be insulted by these fascists is so degrading!"

Discos Perdidos 01 / Nacho Vegas - Cajas de musica dificiles de parar

Discos Perdidos: aqueles que, por razões que a razão desconhece, eu acho muito melhores, mais importantes ou mais marcantes do que as outras pessoas com quem costumo falar sobre discos. Não são causas perdidas ; são as vossas oportunidades perdidas de encontrar um bom amigo.


Nacho Vegas - Cajas de musica dificiles de parar
(2003, Limbo Starr)
Quis o destino que na minha lista pessoal de melhores discos do ano de 2003 praticamente só constassem nomes novos - pelo menos para mim. Entre outros, de quem possivelmente voltarei a falar (como Adam Green, Richard Hawley ou Benjamin Biolay), descobri um singer-songwriter asturiano, que pertencera aos Manta Ray e que nesse ano lançou um ambiciosíssimo segundo álbum, um duplo CD com 20 canções. Conhecia-o das páginas da Rockdelux, que em 2001 tinha distinguido o seu primeiro álbum a solo (Actos Inexplicables) como o melhor do ano. Por mero acaso, numa ida à Galiza deparei-me com este disco acabadinho de sair, e arrisquei comprá-lo quase sem ouvir. Diga-se que até então o único disco pop/rock feito em Espanha que tinha comprado tinha sido o mítico Fai un sol de carallo, dos galegos Os Resentidos, nos idos de 86.
Cajas de musica... abre em fade-in, com uma canção poderosíssima chamada Noches árticas, em que participa uma outra voz que a partir desta altura começou também a ser presença assídua cá por casa: J, vocalista dos granadinos Los Planetas (na minha opinião a melhor banda ibérica, a par dos Mão Morta). Prossegue com um desfiar de estilos que vão do rock de En el jardin de la duermevela ou Stanislavsky ao country de Monomania, do quase circense Todos ellos à valsa canalha de Gang-Bang. Tem altos e baixos, como todos os discos, mas nenhuma canção francamente inferior (o que é obra num disco com 20). As influências vão-se notando aos poucos - Dylan, Cohen, Nick Cave ou Neil Young serão as mais evidentes, aqui e acolá um cheirinho à pop intimista dos Tindersticks ou de algum Lloyd Cole. Mas com ou sem elas, NV é um grande compositor, um excelente contador de histórias e um intérprete de uma intensidade invulgar, como fica claro em canções como a portentosa En la sed mortal (provavelmente o ponto mais alto do disco), Historia de un perdedor ou Por causa de la humedad (onde escreve o meu verso favorito: "esta vida iba a ser otra, y algo salió mal...").
Ouvi obsessivamente estas cajas de musica durante meses a fio, e continuo a ouvi-las com muita frequência. Infelizmente, o público português passou ao lado do disco e do artista (a sua passagem pelo Blá-Blá em 2003, na primeira parte de um concerto de Cat Power que ficaria célebre, praticamente não foi notada), como passa ao lado de quase toda a boa música feita aqui ao lado. Provavelmente a língua e a pronúncia (quando têm a péssima ideia de cantar em inglês) não ajudam, mas acreditem que grupos e artistas como as Nosoträsh, Migala, Australian Blonde, Is, Christina Rosenvinge, Mus, Aroah ou Sr. Chinarro (além dos já referidos Planetas e Manta Ray) merecem bem uma tentativa.
Descubram-no.

21 fevereiro 2006

O luar está sério

É sempre notícia quando sai um novo Bowie, ainda que "novo" seja uma palavra exagerada para falar da tri ou tetraciclagem de temas de 1969 tocados em 1983.
Quem quiser saber mais, pode informar-se aqui.
Já agora: o que vem a ser um serious moonlight? Será o que se pode observar quando ocorrem space oddities?

The cover's on the wall

A propósito do post anterior, decidi partilhar com o meu vasto auditório o penúltimo arranjo da parede da minha sala, que por acaso mudei há poucos dias... Qualquer dia publico aqui a nova versão, bastante mais 80's oriented.
Reconhecem todos?

Continuo à espera que a gerência desta chafarica me pague (sob a forma de finos vitalícios) os direitos de autor por esta ideia que, pensei eu há uns anos, me faria aparecer nas páginas da "Casa e Decoração".

Quote of the day - Brian Eno / Golden hours

The passage of time is flicking dimly upon the screen,
I can’t see the lines I used to think I could read between,
Perhaps my brains have turned to sand.
Oh me oh my, I think it’s been an eternity.
You’d be surprised at my degree of uncertainty.
How can moments go so slow?

Estes versos pertencem a uma das mais belas canções jamais escritas por um inglês com apelido de sais de frutos, que pode ser ouvida algures aqui,

devidamente acompanhada de um dos mais orgásticos solos de guitarra que alguma vez foi dado escutar ao ouvido humano.

20 fevereiro 2006

Quote of the day - The Smiths / Handsome devil

Let me get my hands on your mammary glands,
And let me get your head on the conjugal bed

Um clássico da mais perfeita pop miserabilista-depressiva-intelectualóide-arrogante,
algures nesta pérola


que deveria ser ensinada no ensino básico.

A minha Ex-Mulher é melhor que a tua

Boas notícias!
A melhor banda rock do Porto prepara o lançamento do ansiado segundo álbum, que ao que parece se chamará Side effects. Qualquer fanático de Bowie e de punchlines pensa imediatamente na frase do Station to Station que diz "it's not the side effects of the cocaine, I'm thinking that it must be love".
Eu penso, pelo menos.
O primeiro single chama-se Ping Pong, pode ser ouvido inteiramente grátis
neste local e é DO CARAÇAS!
Só para os mais distraídos: falo evidentemente dos X-Wife.

19 fevereiro 2006

Quote of the day - PJ Harvey / The dancer

I’ve cried days, I’ve cried nights, for the lord just to send me home some sign.
Is he near, is he far? Bring peace to my black and empty heart.
So long day, so long night, Oh lord, be near me tonight
Is he near, is he far? Bring peace to my black and empty heart.

Algures neste álbum quase perfeito...


de uma mulher a quem eu beijaria os pés.

The man in black

Fui hoje ver "Walk in line", o filme sobre o grande Johnny Cash que já mereceu referências em alguns blogues amigos (por exemplo, aqui e aqui). Sendo admirador incondicional do homem sem ser grande apreciador de biopics, gostei muito do filme. Mais do que a história da sua vida (aliás, só cobre os primeiros 10 anos da carreira) é a história da paixão predestinada com June Carter e de como ela o tirou das profundezas do álcool e anfetaminas. Diga-se, história romanceada (por exemplo, a proposta de casamento a meio de um espectáculo é uma cena belíssima, mas na vida real a propostra teve lugar num ringue de hoquei...), mas o que é a realidade comparada com uma boa lenda? De qualquer forma, ser comovente sem ser lamechas não é fácil, e este filme consegue. Mérito de James Mangold, que em 1996 me maravilhou com o extraordinário Heavy (passou no Fantas, e na altura perdeu o prémio do júri para Se7en e o do público para Denise calls up; desde aí que tento revê-lo, mas o melhor que consegui foi uma versão francesa, via eMule...) e depois me desiludiu com coisas entre o banal (Copland) e o medíocre (Girl interrupted).

Só é pena o filme quase passar ao lado da faceta outlaw de Johnny Cash, dos seus concertos em prisões (onde a frase "I shot a man in Reno just to watch him die" era capaz de provocar o delírio da audiência), do homem que se vestia de negro porque o mundo não lhe dava razões para vestir de branco (vejam aqui a letra de "Man in black", uma das grandes canções country de intervenção, porventura só superada por "In the ghetto") e que foi posto de lado pelo establishment de Nashville, a quem teve esta simpática dedicatória quando ganhou um Grammy, após quase 40 anos de carreira.

17 fevereiro 2006

Quote of the day - David Bowie / Candidate

When it's good it's really good, but when it's bad I go to pieces...

Algures por aqui,


no meio de um dos álbuns mais injustiçados da Dame.

This is the way, step inside

Sejam bem vindos.
Nada de especial, só mais um blogue em que se falará das coisas do costume. Discos. Canções. Gente com piada. Filmes. Capas. Concertos. Losers. Livros. Memórias. Golos. Histórias. Personagens. Cenas. Imagens. Tangas. Citações. Revistas. Fotos. Bandas. Listas. Paixões. Ódios.
Pop, tudo muito pop. Joe digs pop stuff.
É a minha primeira experiência autónoma na blogosfera, portanto não faço ideia sobre que sequência pode ter. Ou se este post será o primeiro e último. Ou se isto dá mais trabalho do que eu penso. Logo se verá.
Apareçam.