Por enquanto o ano musical não tem sido muito entusiasmante. Depois da desilusão Strokes e enquanto se aguarda ansiosamente os novos Yeah Yeah Yeahs e Grandaddy (no caso dos segundos será o último), só dois discos me causaram alguma impressão.
O primeiro está à vossa esquerda. Uma colecção de duetos entre Isobel Campbell, a angélica ex-B&S, e Mark Lanegan, o ex-Screaming Tree que detém o título de pesos pesados na categoria "cantor-rock-contemporâneo-com-a-carreira-mais-irrepreensível-dos-últimos-anos". A menina da voz pastoral e o cavalheiro-pregador da voz de bagaço. Na tradição das grandes referências do género (Gainsbourg/Birkin, Lee Hazlewood/Nancy Sinatra), Ballad of the broken seas é um belo e bonito disco que sabe bem ouvir em qualquer altura do dia ou da noite, na praia e no campo, faça chuva ou faça sol. .
O segundo pertence à banda homónima do Gremlin que se apresenta à vossa direita. O disco chama-se Mr. Beast e parece-me (depois de 2 ou 3 audições) do melhor que os Mogwai têm feito. Mais fácil de digerir do que algumas avarias anteriores dessa rapaziada extravagante, nem por isso é menos poderoso do que coisas como Rock action ou Come on die young.
Tudo isto me faz pensar nas palavras iluminadas que uma vez ouvi ao Padre Basaúla, um franciscano que há mais de trinta anos evangelizava salmões numa aldeia do sopé do monte Fujiyama. Dizia ele, com a autoridade dos simples e dos omniscientes: rock is rock if you give it a shot, rock is rock if you like it or not.
2 comentários:
isto agora é um espaço de liberdade mas continua mauzinho...vá...
padre bass gimme a hi hat drum...
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